Saiu no site ELLE:
Veja publicação original: Mesmo com recorde de diversidade, NYFW precisa de mais mulheres gordas
Candice Huffine e Precious Lee falaram sobre frustração com a semana de moda nova-iorquina.
Os novos tempos da moda causaram grande expectativa para os visitantes da semana de moda de Nova York. Com nomes como Ashley Graham, Jordyn Woods e Candice Huffine entre as primeiras filas e passarelas, a ideia era que a moda passaria a encarar a diversidade não apenas como uma tendência, mas como uma mudança real.
E isso, de certa forma, aconteceu. Na temporada de fevereiro deste ano, os veículos de comunicação contaram 27 aparições de modelos que não eram magras. Além desse número ter subido para 28, desfiles como o de Christian Siriano, que traziam larga representatividade, receberam cobertura positiva na mídia e boa resposta do público. Apesar disso, a top Huffine desabafa: “esperava um pouco mais dessa edição” — e os motivos são compreensíveis.
“Tudo não aconteceu tão bem quanto eu pensei que seria”, contou ela para a ELLE americana. “Eu tinha esperado por fevereiro durante toda a minha carreira, por 17 anos. Eu estava paciente e positiva que aquele dia chegaria, e pareceu e foi uma validação para mim”, lembra ela sobre a temporada passada.
“Eu pensei que nessa temporada a gente ficaria impressionado de várias formas diferentes, mas se eu for ser bem honesta, não foi o que aconteceu.” Além de terem marcas muito resistentes a representarem a diversidade, ela cita a dificuldade da moda em lidar com as expectativas sobre os corpos de uma mulher gorda. Mesmo que ela esteja representada na passarela, o mundo no geral pensa que seu desejo é ser magra. “Se provar é exaustivo. Porque tenho que me provar tanto para receber um tapinha das costas?”
“Eu acho que, no final das contas, depende das pessoas que estão no controle”, conta Precious Lee, que também está insatisfeita com os desfiles. “Me perguntam muitas vezes ‘porque você acha que esse ou aquele designer não faz isso ou não inclui aquilo? E eu fico tipo: ‘porque você esta perguntando par mim? Porque você não pergunta ao designer, ou as pessoas que estão no controle, como diretores de casting e editores?” Assim como explorou Ashley Graham em sua fala sobre diversidade corporal, é preciso que todos façam a sua parte para mais representatividade a aceitação.
De acordo com Huffine, todo os desfiles da semana de moda poderiam ser como os de Siriano. Ela finaliza pensando sobre o que realmente é a representação: “não seria só sobre mulheres de todos os tamanhos, mas mulheres com diferentes alturas, idades, etnias, habilidades, religiões… O mundo é feito disso, e eu acho que as passarelas deviam representar isso.”
…