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MEDO TEM FEITO MULHERES DESISTIREM DE SE RELACIONAR. É A SOLUÇÃO?

Saiu no site ITUPEVA AGORA

 

Veja publicação original:  MEDO TEM FEITO MULHERES DESISTIREM DE SE RELACIONAR. É A SOLUÇÃO?

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Medo tem feito muitas mulheres desistirem de se relacionar e a dotado o estado civil “solteira” sob a justificativa de que “é melhor estar só do que mal acompanhada”

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“Tá difícil arrumar namorado, viu. Melhor ficar sozinha mesmo. Cada caso que me assusta”
— x, internauta —

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Histórias como a de Jane Cherubim assustam. Ninguém quer se envolver em um relacionamento abusivo, ou de repente descobrir que o seu amor é, na verdade, um agressor. As notícias sobre mulheres agredidas por companheiros são constantes, só no carnaval houve mais de um caso por dia no Espírito Santo. O medo tem feito muitas mulheres desistirem de se relacionar e a adotar o estado civil “solteira” sob a justificativa de que “é melhor estar só do que mal acompanhada”.

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Mas é saudável escolher não se envolver com ninguém? Por medo, vale abrir mão de relacionamentos amorosos? Para entender essas questões e mapear as atitudes que servem de alerta para fugir de agressores em potencial, o Gazeta Online conversou conversou com a psicóloga e terapeuta familiar Adriana Müller. Para ela, criar vínculos é fundamental, mas cautela nunca é demais.

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“O ser humano é um ser relacional. Os relacionamentos com outras pessoas fortalecem a nossa identidade, a noção de quem somos. As possibilidades de relacionamentos afetivos geram sentido para a vida da gente. Por outro lado, entendo que situações assim (como a de Jane Cherubim) deixam marcas, todo mundo fica assustado. Ninguém quer um relacionamento com violência, que traga prejuízo à nossa identidade. A gente quer relacionamentos que sejam construtivos. O que precisa é tomar cuidado nas escolhas afetivas, e não deixar de se relacionar afetivamente. Mais cautela e prudência na hora de escolher as pessoas, na hora de se relacionar, e não evitar todo e qualquer relacionamento”, defende a psicóloga.

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“Deus é mais! Não dá para ter ninguém. Esses homens estão loucos!”
— y, internauta —

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OS SINAIS

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Como perceber que aquela pessoa, muitas vezes carinhosa, pode ser também agressiva? Quais os sinais?  Adriana explica que os indícios estão presentes desde o primeiro encontro e, por isso, é preciso estar atenta. Na hora da conversa, dos assuntos de interesse às piadas, tudo pode ser um indicativo de que aquela pessoa é possessiva, ciumenta, agressiva.

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“O primeiro encontro sempre em locais públicos ou em grupos de amigos, sempre acompanhada para que você possa conhecer a pessoa. É um encontro social, um grupo de amigos, o que essa pessoa está conversando? Quais os interesses dela? Nessa hora, a pessoa já sinaliza o que pensa, o que acredita. Os princípios que ela tem é o que conduz o que ela é. Pelos comentários, pelas piadas, pelo tipo de conversa que tem é possível verificar se a pessoa é ciumenta, possessiva”, explica Adriana.

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“Vivemos com medo. Ultimamente quando converso com um homem, percebo traços de ser ciumento, já visualizo agressividade”
— w, internauta —

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Cuidado nunca é demais. Em tempos em que as redes sociais permitem que se envie a sua exata localização, vale avisar sempre aos amigos e parentes onde você está. “Em algum momento o casal pode ficar sozinho, ou ele pode se oferecer para te levar em casa, e nessa hora as pessoas precisam saber onde você está. Nesse cenário machista, em que os homens ainda não conseguem entender o que é parceria, acham que tem posse da mulher, é preciso ter cautela. Perguntar aos seus amigos o que eles acham da pessoa, diga aonde está indo, isso é ser cautelosa. É melhor exagerar na dose do que sofrer problemas”, pondera a terapeuta.

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“Temos que ser mais cautelosas. Mas, infelizmente, tem homem que só mostra as garras depois”
— z, internauta —

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Não acredite em mudanças de comportamento

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Pode ser que no início você não consiga enxergar os sinais, por isso, é importante manter o sinal de alerta ligado durante todo o relacionamento. Aviso importante: “ele não vai mudar”.

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“No começo do namoro a gente acaba dando uma relaxada, mas o outro também relaxa e é aí que a gente precisa que a atenção do inicio fique ativada. A pessoa não vai mudar, um grande erro é a gente achar que a pessoa vai mudar. Se a pessoa enche a cara e você não gosta disso, termina. Se a pessoa briga com você porque um amigo te deu um abraço, se passa a ideia de que você precisa estar sempre disponível para ela…a pessoa não vai deixar de ser possessiva, ciumenta, autoritária. Só tende a piorar. Esses sinais vão ficando mais evidentes a medida que as pessoas vão ficando mais próximas. A gente acha que foi só hoje, que vai mudar, é ai que erramos mais. Vivemos numa sociedade machista, e para os homens realmente mudarem precisam fazer um grande esforço e isso precisa ser provado”, afirma a psicóloga.

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“Diante de tantos registros de violência contra a mulher, um dos requisitos para namoro terá que ser antecedentes criminais… Muito triste como aumentou a violência nesses últimos dias”
— K, internauta —

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Tenha um amigo de confiança

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Percebido os sinais, nem sempre é fácil colocar fim a um relacionamento abusivo. Nessas horas é importante ter alguém com quem contar, pode ser um amigo, um irmão, um primo. O importante é ser alguém que você confie e que esteja disposto a te ajudar.

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“A gente precisa ter amigos em quem a gente confia para compartilhar nossas dúvidas, receios, observações. Essa pessoa tanto vai nos alertar se ver alguma coisa, ou para dizer se eu estou vendo além do que realmente é. Uma especie de acordo de proteção solidária. Aquela pessoa que vai te entender e estar ao seu lado te apoiando. Vai me ajudar a ver o que eu não estou vendo, e vai ser quem vai me dar força na hora que eu quiser colocar um freio ou um fim na relação. Alguém que entenda o que você está vivendo. Ele é mesmo ciumento, arrogante? Está mesmo achando que manda em mim?”, pondera a psicóloga.

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“Eu vou é aprender artes marciais e vou usar essas gravatas que tá na moda para me defender. Tô falando sério”
— Q, internauta —

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Esqueça o ditado que diz que “em briga de marido e mulher ninguém mete a colher”. É fundamental ter alguém de confiança do lado para te ajudar a seguir firme na decisão de terminar o relacionamento, ou para te acompanhar na delegacia, se for o caso.

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“A gente sozinho tem menos força. A gente até entende que aquilo não é bom, não é certo, mas se tem alguém do lado em que a gente confia é mais fácil a gente conseguir dar o passo. O que a gente tem muito é aquela coisa do não se meter, e isso dá no que a gente vê acontecer o tempo todo. Não tenta comprar briga com o cara, se junta com um amigo. Alguém que vai te ajudar a pensar, coordenar as ações de forma coerente e a manter a sua decisão. Não é fácil”, completa.

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Por último, mas não menos importante, vale a regra básica do amor próprio. “Guarda o teu amor para alguém que merece, que te trata bem”, encerra Adriana.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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