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Marcha contra racismo esmaga protesto pela liberdade de expressão em Boston

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Veja publicação original: Marcha contra racismo esmaga protesto pela liberdade de expressão em Boston

 

Parte da multidão contra o protesto gritava palavras de ordens como “deixe os racistas com medo de novo”.

Por Sebastian Murdock, do Huffpost Brasil

 

large crowd of people march towards the Boston Commons to protest the Boston Free Speech Rally in Boston, MA, U.S., August 19, 2017. REUTERS/Stephanie Keith TPX IMAGES OF THE DAY

BOSTON ― Uma semana depois de um protesto de supremacistas brancos matar uma pessoa e deixar uma dezenas de feriados em Charlottesville, dois grupos de manifestantes tomaram as ruas de Boston.

De um lado, um protesto pela liberdade de expressão, organizado por integrantes de direita que diziam não ter ligação com Charlottesville. Do outro, um grupo maior, mas de opositores, marchou com a missão de deixar um recado: Não há espaço para a supremacia branca nos Estados Unidos.

Essa multidão seguiu até o histórico parque Boston Common. Lá, os manifestantes encerraram o protesto adversário aos gritos de palavras de ordem como ‘deixe os racistas com medo de novo’ e ‘quem defende os nazistas? Donald Trump’.

 

Os organizadores do protesto pela liberdade de expressão ressaltaram que a intenção do evento era deixar claro que cada pessoa pode falar o que ela quiser e defender a manutenção desse direito.

Em um post no Facebook, o grupo acrescentou que a manifestação não seria uma plataforma para exaltar o racismo ou promover a intolerância e que seria repudiada qualquer conexão com o protesto de Charlottesville.

Vestido com uma farda vintage de solado, o militar veterano de 71 anos John Villareale endossou o discurso contra qualquer ligação com o protesto da semana passada. “Não tem nada a ver com Boston, aquilo foi muito longe daqui.”

 

Ele disse que não sabia que os oradores convidados para o evento em Boston eram de direita e que decidiu aparecer para defender a liberdade de expressão. “Se tiver seis integrantes do KKK aqui ficarei surpreso, este não é um protesto da Ku Klux Klan”, disse ao HuffPost US.

Odell Ruffin, uma mulher negra, nativa de Boston, de 58 anos, também esteve no protesto. Ela se disse cansada.

“Eles dizem que querem o país de volta, mas o país nunca foi deles. Eles não são donos dos Estados Unidos. A escravidão acabou, mas eles querem que continue. Acho que essa é uma daquelas ocasiões em que eles se sentem traídos, que perderam alguma coisa que eles roubaram”, sintetiza.

 

Algumas horas depois do que era para ser um protesto de cinco horas, os ativistas de direita desistiram e foram para casa.

 

Apesar dos organizadores do protesto garantirem que não aceitariam intolerância, Augustus Invictus – conhecido por negar o Holocausto e organizador do protesto de Charlottesville – foi convidado para a manifestação, mas depois cortado da lista.

“Nós o convidamos para falar sobre os problemas da Primeira Emenda (que impede o Congresso americano de infringir direitos fundamentais, como a liberdade de expressão”, disse um dos organizadores do evento. “Algumas pessoas podem estar erradas em algumas questões e certas em outras”, emendou.

Em maio, no último protesto do grupo, Invictus aconselhou as pessoas a se armarem para uma guerra civil. Ainda segundo ele, a direita só responde com violência quando é atacada.

Semana passada, enquanto ocorria o protesto de nacionalistas na Virgínia, um carro passou por cima de uma dezena de pessoas que se manifestavam de forma contrária aos supremacistas. Heather Heyer, uma jovem de 32 anos apaixonada por justiça social, foi morta.

Os supremacistas de Charlottesville estão aprendendo uma lição: livre expressão não significa livre de consequências. Muitos integrantes do protesto de Charlottesville foram identificados nas fotos que circulam pela internet, e alguns perderam os empregos.

Segurança

A segurança em Boston foi reforçada neste sábado (19), com grades e barreira policial separando os manifestantes e os contra-manifestantes. Nenhum tipo de arma foi aceita, incluindo escudos, facas e martelos.

Enquanto cerca de 600 pessoas expressaram interesse em participar do protesto pela liberdade de expressão, mais de 25 mil curtiram a página contrária ao evento, de luta aos supremacistas.

As imagens mostram o tamanho e o clima do contra-protesto:

 

 

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