Saiu no O sul
Leia a Publicação Original
1) Como foi gravar a série “Não Foi Minha Culpa”?
Essa série teve uma importância tremenda para mim, sob vários aspectos. Foi o primeiro trabalho que eu fiz pós-pandemia. Nós artistas falamos muito sobre a inutilidade da arte, brincando de menosprezar o que fazemos para não parecer que somos mais importantes que os outros. Mas por causa desse massacre na cultura, dessa perseguição a todo mundo que quer pensar de uma maneira mais livre, deu uma vontade de falar que somos importantes, sim.
Num país em que as pessoas passam fome isso, claro, não seria a primeira coisa, mas o que nos manteve com alguma sanidade mental na pandemia foram as séries, os programas de televisão, as peças online.
Ficou clara a nossa necessidade, citando Titãs, a gente não quer só comida, precisamos também alimentar a alma. E quando milhares de mulheres estão morrendo, isso piorou com a pandemia, fazer um trabalho que de alguma forma pode objetivamente ajudá-las dá uma sensação incrível de potência.
2) Fez algum laboratório para viver a sua personagem?
Eu conversei com a Gabriela Manssur (promotora de Justiça e política), a minha personagem foi inspirada nela. Vi alguns documentários também da diretora da série Susanna Lira ligados a essa área do direito da mulher. E eu estava bastante atenta. Quando estou fazendo algum trabalho parece que fico meio grávida daquilo, tudo que diz respeito a esse universo chama a minha atenção.