Saiu no site JORNAL TRIBUNA DE MACAU:
Veja publicação original: MAIS DE METADE DOS AGRESSORES TAMBÉM FEREM OS FILHOS
Por RIMA CUI
O Centro de Solidariedade Lai Yuen já ofereceu alojamento a mais de 100 alegadas vítimas de violência doméstica desde Outubro do ano passado. Metade das mulheres que procuram apoio levam consigo também os filhos, pois também já foram alvo de agressões
Desde a entrada em vigor da Lei de Prevenção e Combate à Violência, a 5 de Outubro do ano passado, e até Junho deste ano, o Centro de Solidariedade Lai Yuen, subordinado à Associação Geral das Mulheres, acolheu 104 mulheres vítimas de alegada violência doméstica, reflectindo um aumento de 126% face ao período compreendido entre Outubro de 2015 e Junho de 2016.
Entre as vítimas que se dirigiram ao centro, 65 mulheres foram sozinhas e 39 levaram filhos menores, mostrando que, em metade dos casos, as crianças também são alvo de agressões, indicou o Centro. Com o acréscimo da procura, o Centro viu-se mesmo obrigado a reforçar o pessoal e o número de camas, que subiu para 30.
Para a vice-presidente da Associação Geral das Mulheres, o “aumento evidente” do número de pedidos de apoio ao centro mostra que estão a vir a público cada vez mais casos de violência doméstica, que anteriormente estavam escondidos. Wong Kit Cheng acredita que a legislação contribuiu para mudar a mentalidade de muitas vítimas que guardavam silêncio há mais de 10 anos.
No entanto, a também deputada ressalva que algumas vítimas, apesar de terem uma situação estável enquanto habitam no centro, assim que saem e têm de enfrentar uma vida nova, optam por voltar para junto dos agressores, entrando num novo ciclo de violência.
Para reduzir a probabilidade dessas situações, e tendo por base o Centro criado em 2005, foi inaugurado mais recentemente o Centro de Solidariedade Lai Yuen, onde as vítimas podem usufruir de alojamento temporário de baixo custo, indicou Wong Kit Cheng ao jornal “Ou Mun”. Durante a estadia no novo centro, as vítimas aprendem medidas de auto-defesa e têm a oportunidade de conviver com vizinhos.
Por outro lado, Wong referiu que os assistentes sociais da Associação Geral das Mulheres são também sujeitos a cursos de formação sobre métodos de tratamento de casos de violência doméstica, incluindo técnicas que ajudam a distinguir os vários tipos de violência, além de colaborarem com outros assistentes sociais para prestar apoio às vítimas.
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