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A atriz Luiza Brunet venceu. Depois de quatro anos de luta na Justiça, o STF negou o recurso do empresário Lírio Albino Parisotto que tenta reverter sua condenação por agressão verbal e física contra sua então companheira Luiza Brunet. Em entrevista a Universa, Luiza comemora a decisão: “Tenho certeza que o meu caso serve de exemplo para incentivar outras mulheres a denunciar episódios de violência doméstica”.
A decisão foi proferida na segunda-feira (23), mas Luiza conta que foi informada na quarta-feira. Pelo crime ter sido “mais do que provado”, ela diz que não se surpreendeu com a decisão do Supremo. “Acho natural que ele recorra [como fez], porque a gente saber que é normal o homem culpar a mulher e tentar se fazer de vítima ou dizer que ela inventou coisas”, diz.
Luiza cita seu tempo de espera e lembra que existem casos que demoraram ainda mais tempo para serem julgados. “O meu caso durou quatro anos, o da Maria da Penha, 19. É tudo muito demorado, muitas mulheres acabam desistindo. Eu sempre digo para aquelas que se separaram que, mesmo que você já esteja em outra relação, não deixe pra lá o que aconteceu, porque você pode impedir que o agressor repita o ciclo.”
Ela conta que o apoio que recebeu de amigos, de desconhecidos e, principalmente, o da mãe foi muito importante para que ela levasse adiante a acusação. “O apoio de outras pessoas é extremamente importante nesse processo. Eu tive o apoio da minha mãe, ela ficou muito do meu lado e nossa reação melhorou bastante. Também recebi apoio de grupos, de promotoras, de pessoas que me mandaram mensagens no Instagram. Isso que eu chamo de sororidade”, afirma.
Para a atriz, uma rede de apoio e a formação de mulheres para o combate à violência são importantes para que o ciclo de violência doméstica seja interrompido. “O que eu vejo em comum entre as mulheres que passaram por agressão é que nenhuma entende o porquê daquilo ter acontecido com elas. Todas ficam muito perdidas, não sabem o que fazer. Isso independente do grau escolar, do grau socioeconômico. Por isso o apoio é fundamental.”
Ela também reforça o papel da mídia em cobrir com responsabilidade os casos: “É importante o trabalho da imprensa de desmistificar o tema, de colocar em pauta, de permitir que mulheres que sofreram façam também suas denúncias. Isso faz com que outras vítimas se empoderem e tenham a coragem de contar suas histórias”.