Saiu na REVISTA CLAUDIA.
Veja a Publicação original.
“Instinto de sobrevivência.”
“Não queria que meu filho morresse.”
“Vai ser esse cara ou eu.”
As frases acima fazem partes dos depoimentos de três mulheres que compartilharam a mesma realidade. Por anos, elas foram vítimas de violência doméstica, agredidas e abusadas pelos próprios parceiros. Até que, na iminência das próprias mortes e buscando se defender, colocaram um fim no ciclo de maus-tratos ao assassinarem seus agressores.
Essas e outras três histórias reais estão reunidas no livro Elas em Legítima Defesa: Elas sobreviveram para contar (DarkSide Books), de autoria da jornalista Sara Stopazzolli. A obra é uma extensão do documentário Legítima Defesa, lançado em 2017 e produzido por Sara em parceria com a irmã, a produtora de cinema Leda Stopazzolli.
A jornada das irmãs começou em 2013. Partindo de uma seleção com 50 casos em que as mortes dos companheiros eram justificadas a partir do princípio da legítima defesa, elas começaram a buscar mulheres que estivessem dispostas a contar suas histórias.
“Aos poucos, descobri que era melhor trabalhar com casos que já haviam sido julgados ou estavam em julgamento. Nunca é fácil para essas mulheres falar sobre o assunto, mas as que ainda não haviam sido julgadas estavam muito aterrorizadas. Eu percebia que elas sequer queriam me receber”, relata Sara, que várias vezes chegou a cogitar abandonar o projeto, pois sentia que estava invadindo a dor alheia. “Mas havia alguma coisa dentro de mim dizendo para eu não desistir, para ir até o fim.”