Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE
Veja publicação original: Kyra Gracie ensina autodefesa para mulheres: “Já me pegaram pelo braço e tentaram beijar à força”
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No curso, a aluna faz um treinamento parar aprender a se defender de situações ameaçadora e também usa técnicas psicológicas de estado de alerta
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Por Priscilla Geremias
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Kyra Gracie é pentacampeã mundial de jiu-jitsu e iniciou sua carreira aos 11 anos de idade. Desde cedo, lutou contra preconceitos dentro e fora de casa, e quebrou barreiras ao se tornar a primeira faixa preta da família.
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Mãe das pequenas Ayra e Kyara, frutos do relacionamento com o ator Malvino Salvador, ela se divide entre o papel de mãe e de comentarista e apresentadora do SporTV/Canal Combate. Em conversa com Marie Claire, a atleta, maior campeã mundial do esporte e referência internacional do jiu-jitsu feminino, falou sobre as aulas que dá de defesa pessoal para mulheres, baseadas em movimentos de defesa simples e em acontecimentos do cotidiano, identificados a partir de estatísticas de agressão às mulheres.
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“Nosso curso aborda as agressões mais comuns contra as mulheres, de uma maneira simples e eficiente, não precisa ter nenhuma experiência com artes marciais, nem ser forte ou ter um preparo físico, através de alavancas você consegue dominar uma pessoa muito mais forte e isso é essencial para as mulheres”, explica Kyra.
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Durante o curso, a aluna faz um treinamento parar aprender a se defender em situações potencialmente ameaçadoras, e também aprende técnicas psicológicas de estado de alerta para prevenir-se e não se colocar em situação de risco.
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“Através da repetição das técnicas, você chega a um estado em que não pensa no que tem que fazer. ,Estamos testando a eficiência dessas técnicas, então foi comprovado que o jiu-jitsu é a melhor forma de defesa pessoal”, diz Kyra.
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Ela conta que já viveu situações em que usou suas técnicas de defesa pessoal, “já me pegaram pelo braço, tentaram beijar e abraçar à força. Além disso temos vários relatos de amigas e alunas que conseguiram se livrar de situações mais graves por conta das aulas, como estupros e tentativas de sequestro relâmpago.”
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O público de Kyra é 50% feminino. “Tem crescido muito a procura de mulheres pelos cursos e isso é incrível. Geralmente, as academias de luta têm um número muito pequeno de mulheres, mas temos várias turmas exclusivas só para elas.”
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As alunas têm em média 35 anos de idade – sendo a mais velha de 74 e as mais novas começam aos três. “A defesa pessoal é para todo mundo, abordamos o dia a dia da pessoa de acordo com sua idade e fase. Uma criança de três anos tem intriga com os amiguinhos na escola, puxa o cabelo, depois tem a pré-adolescência com chutes, empurrões e por aí vai”, explica.
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Kyar conta ainda que sempre conversa com as alunas antes de começar as aulas. “A maioria das que buscam o curso não sofreu uma agressão, mas se sentiu vulnerável em algum momento da vida. Também temos alunas que foram estupradas e saem de lá mais confiantes, elas mudam a postura e até a forma de falar, por isso temos que ir além das técnicas e trabalhar a conversa.”
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