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Júlia Rabello fala sobre machismo: “Já vivi muito a diferença salarial para as mesmas funções”

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE

 

Veja publicação no site original: Júlia Rabello fala sobre machismo: “Já vivi muito a diferença salarial para as mesmas funções”

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Atriz bateu um papo com “Marie Claire” sobre os vinte anos de carreira, maturidade e feminismo

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Por Thalira Peres

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Júlia Rabello é uma das vozes mais fortes do humor nacional.

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Em entrevista à Marie Claire, a atriz conversou sobre os planos para este ano, o machismo no humor e comemorar vinte anos de carreira.

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Confira:

Marie Claire: Júlia, primeiramente, como foi 2019 para você?

Júlia Rabello: Individualmente, não posso mesmo reclamar, 2019 foi um ano realmente generoso para mim, mas no coletivo, acho que foi um ano muito difícil para o Brasil.

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MC: E o que podemos esperar de você em 2020?

JR: Muito trabalho e bastante humor ácido. Agora em janeiro já estreio o programa Fora de Hora, que estou muito feliz em fazer parte, o Fale Conosco volta daqui a pouco reformulado e mais legal ainda e muitas outras coisas que em breve irei divulgando.

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MC: Você completou duas décadas de carreira e sabemos que a carreira de ator/humorista é instável. Qual considera seu melhor momento?

JR: Não posso escolher um melhor momento porque todos foram importantes para chegar até aqui, mas o começo do Porta dos Fundos foi um divisor de águas, não só pra mim, como pra todos que fizeram parte daquele momento.

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MC: E qual foi a maior perrengue que passou que pensou até em desistir?

JR: São tantos perrengues que não dá nem pra escolher, mas o que quase me fez desistir foi a dificuldade financeira nos primeiros anos da carreira.

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MC: Lembra o que fez com o primeiro salário que recebeu?

JR: Paguei a auto-escola, que não tive tempo de fazer porque tinha que trabalhar. Não sei dirigir até hoje.

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MC: Sobre redes sociais, como você lida com os haters?

JR: Não tenho muitos haters nas minhas redes, mas quando cruzo com um prefiro não validar esse comportamento, acho que ficar batendo boca não faz muito sentido. Sou super a favor de boas conversas, mas hater nem sempre é a favor também.

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MC: Já recebeu alguma crítica que pensou ‘não é que essa pessoa tem razão’ e mudou de atitude?

JR: Claro, como disse, sou a favor de diálogos, então quando alguém (de preferência de forma educada) me mostra algo que eu não tinha percebido e eu concordo, não vejo motivo para não mudar.

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MC: Você está com 38 anos. Passou por alguma neura com o passar dos anos?

JR: Tudo na vida tem o lado bom e o ruim, envelhecer também. É muito bom ter mais experiência para lidar com a vida, mas pensar que ela acaba não é tão simples, né? Acho que essa é a minha maior neura.

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MC: O que a Julia de 38 anos diria para a Julia de 20?

JR: A vida é dura, o sofrimento é inevitável, mas ainda assim é um presente, aproveite, não perca tempo com coisas inúteis e agradeça sempre.

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MC: O que acha do movimento Me Too, que busca denunciar o assédio e agressão?

JR: Acho muito importante! Mudar a cultura machista é uma luta fundamental em busca de maior igualdade e mais respeito pela mulher.

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MC: Como é ser uma mulher humorista em meio a tantos homens?

JR: Igual a como é ser mulher em tantos lugares, uma batalha pelo respeito e pela igualdade de oportunidades.

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MC: Lembra de alguma situação em que foi menosprezada por ser mulher?

JR: Muitas. Profissionalmente já vivi muito a diferença salarial para as mesmas funções. Pessoalmente, já não fui ouvida porque não era “assunto para mulher”, já ouvi: “vai sair com essa saia”, entre muitas outras coisas. A nossa cultura ainda privilegia o machismo. É preciso uma reeducação do olhar. O importante é não se calar e ter cuidado para não ser injusta na busca da justiça. O feminismo é uma luta por maior igualdade de oportunidade e não o oposto do machismo.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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