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Jovens relatam importunação sexual por funcionários da Vale em Itabirito

Saiu no site O TEMPO

 

Veja publicação no site original:  Jovens relatam importunação sexual por funcionários da Vale em Itabirito

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Moradoras criaram grupo no WhatsApp para compartilhar os casos de abuso, assédio e ameaças sofridos nas ruas da cidade

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Por Thiago Alves

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Cansadas de andarem pelas ruas com medo do próximo “fiu fiu”, jovens moradoras de Itabirito, na Central de Minas, passaram a recorrer à tecnologia para combater a importunação sexual. Elas criaram no último sábado (30) o grupo de WhatsApp “Assédio nunca mais”. Nele, cerca de 70 mulheres compartilham casos de abuso, assédio e ameaças cometidos, supostamente, por funcionários da Vale.

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A idealizadora da iniciativa é de uma estudante de 13 anos, que, ao relatar casos de importunação sexual com amigas, percebeu que elas também tinham histórias parecidas e decidiu criar o grupo para que mais garotas dividissem as experiências sofridas nas ruas de Itabirito. “Cheguei a escutar ‘se eu te pego sobra nem cabelo’. Fiquei três semanas sem ir à psicóloga, na Casa do Adolescente, por medo de acontecer alguma coisa comigo no caminho”, relata.

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Poucas horas após a criação do grupo, dezenas de histórias de comportamentos abusivos de homens contra elas começaram a vir à tona. Como o caso de uma jovem que passou por uma situação constrangedora ao sair para tomar açaí. “Tinha um cara na varanda de um alojamento piscando e fazendo gestos obscenos pra mim”. Ou outra garota que teve que alterar a sua rota da escola para não ser importunada. “Eu dou a volta pela rua Sacramento para evitar passar em frente ao ponto de ônibus. Morro de medo de lá.”

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A produtora de eventos Joselane Queiroz, 29, conta que a maioria dos casos ocorre na Praça Coronel Baeta, no centro, onde tem um ponto de ônibus. “Os trabalhadores da Vale largam o trabalho por volta de 17 horas e é principalmente nesse horário que mexem com a gente, na cara dura. Teve um que ficou uns dois minutos andando atrás de mim, pedindo meu telefone. Eu fiquei desesperada”.

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Além das conversas no WhatsApp, as moradoras de Itabirito pretendem nesta semana ir juntas registrar vários boletins de ocorrências para denunciar os constantes casos de importunação sexual sofridos. Um protesto exigindo mais segurança também está sendo organizado para acontecer em frente à sede da prefeitura, ainda sem data definida.

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Em nota, a Vale informou que não pactua com nenhuma forma de assédio nem comportamento antiético por parte de seus empregados ou contratados e que disponibiliza um canal de ouvidoria para que a população denuncie comportamentos inadequados de seus empregados ou de empresas contratadas. De acordo com o Conselho Nacional de Justiça, quem comete crime de importunação sexual pode ser punido com prisão de um a cinco anos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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