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A crise pandémica está a afetar “desproporcionadamente” as jovens mulheres, indica uma pesquisa do Instituto Europeu para a Igualdade de Género, divulgada hoje numa reunião de alto nível da presidência portuguesa da União Europeia (UE).
Os resultados preliminares — enviados à Lusa pelo Instituto Europeu para a Igualdade de Género (EIGE, na sigla em inglês), ao qual a presidência portuguesa da UE pediu que elaborasse uma “nota de pesquisa” sobre o impacto da pandemia nas mulheres — revelam ainda que as oportunidades de emprego para as mulheres que já tinham menos chances antes da crise pandémica “diminuíram desproporcionadamente e têm um efeito a longo prazo potencialmente maior”.
“Manter o emprego está a ser especialmente difícil para as mulheres”, constata-se nas primeiras conclusões da pesquisa, que hoje serão partilhadas com os técnicos de todos os Estados-membros que participam na reunião de Alto Nível para o Mainstreaming de Género, no âmbito da presidência do Conselho da UE, que Portugal quer que sirvam de base à tomada de decisões políticas e económicas para a recuperação da crise.
O estudo do EIGE reflete já uma prevalência de desigualdade de género elevada nas jovens mulheres (15 aos 24 anos), nas mulheres com menos qualificações e nas mulheres estrangeiras.
Recorrendo a dados do Eurostat, o EIGE refere que as necessidades de emprego no segundo semestre de 2020 eram de 16,9 por cento para as mulheres e de 12,5 por cento para os homens.
Estes primeiros dados mostram ainda que há uma percentagem superior de mulheres em teletrabalho — 45 por cento, face a 30 por cento de homens –, sendo que o EIGE reconhece impactos positivos e negativos nesta forma de trabalho.
Entre os primeiros está “um aumento da flexibilidade e potenciais novas dinâmicas de género na divisão de tarefas domésticas e de cuidado”.