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Ivana Bentes: Feminismo, a palavra do ano

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Veja publicação original:   Ivana Bentes: Feminismo, a palavra do ano

 

Por Ivana Bentes

A palavra do ano do dicionário Webster 2017 é feminismo e é impressionante como a percepção das desigualdades entre os gêneros explode no mundo e se acelera, nas micro e macro políticas. E no cotidiano.

 

 

Andando de bike pelo Leme parei na frente de uma mulher extraordinária, Clarice Lispector, a maior escritora brasileira de todos os tempos (na minha humilde opinião) sentada tranquilamente (sem o assédio das selfies) na mureta do Leme, no caminho dos Pescadores, cujo nome oficial aliás, desde 2015, com placa e letras douradas, é Ted Boy Marino, lutador de telecatch, quem tem amigos homens devotos tem tudo : )

 

 

Clarice é a primeira escritora/intelectual brasileira com estátua no Rio de Janeiro, e isso desde….2016! Só na orla temos toda uma fauna masculina, do colunista social Zózimo Barroso do Amaral no Leblon (para comoção da velha corte carioca) até Ary “Aquarela do Brasil” Barroso, em frente ao restaurante Fiorentina, no Leme, passando pelos gloriosos Drummond, Dorival Caymmi em Copa e Tom Jobim em Ipanema. Clarice foi a última na orla e a primeira na cidade! E só vingou porque o escultor Edgar Duvivier bancou a obra (e são todas, com a exceção da de Drummond, esculturas feias, diga-se!)

 

 

No mais, muitas mulheres sempre anônimas, jorrando em fontes, chafariz, deusas, musas e que tais “simbolizando” amor, justiça, coragem, maternidade, eros etc e menos as suas próprias vidas, com nomes e honrarias como….los hombres.

E Clarice ainda divide a eternidade com seu cachorro, Ulisses. Eu não sou fã de estátuas, nem de bustos e nem de esculturas institucionais. Mas já que existem, que sejam melhor repartidas entre todos os gêneros.

 

 

Um dia teremos esculturas (ou equivalentes virtuais, serve hologramas) de mulheres maravilhosas, de intelectuais a “donas de casa” ou prostitutas, com um homem sentadinho do lado! : ) #feminismo#esculturas #claricelispector

 

 

P.S. Clarice é uma escritora poderosa, cruel, suntuosa e “maligna”. Eu ainda hoje me recupero de ter lido um texto seu que não posso “desler”, logo não posso ignorar: A Paixão Segundo G. H. aquele mesmo da barata!!! Se você nunca leu, pode reservar uma hora para isso. Mas saiba que é um texto que não vai dar para “apagar” da mente depois!

 

 

P.S2. A escultura é feia, mas todas as da orla o são! Eu não me emociono com a estátua, a de Dorival Caymmi e Tom são pavorosas. Só salva a escultura de Drummond. Mas dentro da feiura tem o nome, Clarice.

 

 

 

 

 

 

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