Saiu no site DIÁRIO DO AÇO:
Veja publicação original: Ipatinga pode ter Casa Metropolitana de Apoio a vítimas de violência doméstica
Proposta deve ser discutida junto a prefeitos de municípios ligados à AMVA e à AMDI
Em uma ação conjunta envolvendo todos os municípios do Colar Metropolitano do Vale do Aço, que também seriam beneficiados pela medida, Ipatinga pode sediar, em breve, uma Casa de Apoio para Mulheres Vítimas de Violência Doméstica. A proposta foi apresentada nesta terça-feira (25) ao prefeito Sebastião Quintão, que a recebeu com muito entusiasmo, durante visita do presidente da Câmara de Coronel Fabriciano, Leandro Xingó, e da empresária Carmelita de Freitas Drummond Mendes, presidente do Conselho da Mulher Empreendedora de Coronel Fabriciano.
O encontro, realizado na sala de reuniões do gabinete do prefeito de Ipatinga, contou também com a presença do secretário municipal de Assistência Social, José Osmir de Castro, que viu boas perspectivas para consolidação do projeto, e se prontificou a estudar um imóvel na cidade cuja localização e instalações sejam mais adequados à necessidade.
O vereador Leandro Xingó informou que uma audiência pública para tratar do assunto está marcada para 18 de agosto, às 15h, na Câmara de Coronel Fabriciano. O prefeito Sebastião Quintão sugeriu que uma reunião prévia possa ocorrer com a participação de todos os prefeitos da região. Ele solicitou à sua assessoria que procure viabilizar o compromisso junto à Associação dos Municípios da Microrregião do Vale do Aço (AMVA), presidida pelo prefeito de Entre Folhas, Aílton Silveira Dias, e a Associação de Municípios pelo Desenvolvimento Integrado (AMDI), que tem como presidente o prefeito de Timóteo, Geraldo Hilário. Leandro Xingó disse que o prefeito de Coronel Fabriciano, Marcos Vinícius, com quem já teve uma conversa informal sobre o assunto, também é favorável à ideia.
“Oprimidas e impotentes”
“Sabemos que há um lamentável contingente de mulheres oprimidas, impotentes, até mesmo arrasadas e reféns da violência de seus companheiros, sem dispor de qualquer instrumento de proteção e refúgio na sociedade além de uma Delegacia de Polícia especializada. Este realmente será um importante mecanismo de defesa das vítimas, servindo também como novo e relevante fato inibidor das agressões”, comentou Quintão.
Em todo o estado de Minas Gerais, há apenas duas entidades do gênero, uma em Montes Claros e outra em Belo Horizonte, que atende a nove municípios da Região Metropolitana. As vítimas normalmente são assistidas por no máximo 90 dias, período em que dispõem de psicólogos, assistência social e jurídica e também participam de oficinas profissionalizantes.
Estatísticas
Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), em estudo conduzido em dez países, incluindo o Brasil, até 71% das mulheres com idade entre 15 e 49 anos já sofreram violência física e/ou sexual em algum momento das suas vidas. Na América Latina, a violência doméstica afeta até 50% das mulheres, gerando uma redução de 14,2% do Produto Interno Bruto (PIB) devido aos custos gerados.
No Brasil, 23% das mulheres se tornam vítimas da violência doméstica, o que significa que, a cada quatro minutos, uma mulher é agredida. Dos agressores, 85% são os próprios parceiros.