Saiu no site REVISTA CLÁUDIA:
Veja publicação original: Inflação de estilo de vida: por que você quer cada vez mais
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Por Carol Sandler
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Logo a felicidade passa, e você parte em busca do próximo sonho de consumo
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Na semana passada, uma conhecida veio desabafar comigo. Ela me disse que não importava quanto ela ganhava, ela nunca conseguia sentir que o dinheiro era suficiente. “Quanto mais eu ganho, mais eu gasto! E o pior: continuo sempre na mesma”, ela me disse.
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Este problema é quase universal. Se não cuidamos e controlamos nosso dinheiro, nunca vai ser suficiente. Um estudo decidiu medir o nível de felicidadede novos ganhadores de loteria _previsivelmente, estavam todos eufóricos. Os pesquisadores foram também conversar com pessoas que haviam sofrido algum tipo de acidente e perdido os movimentos –e, sem surpresas, estavam todos deprimidos.
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O interessante foi o que aconteceu um ano depois. Quando os pesquisadores voltaram para conversar com eles, descobriram que os novos milionários já não estavam eufóricos, e que aqueles que haviam perdido os movimentos já não estavam deprimidos. Todos haviam se adaptado à sua nova situação e retomado os seus níveis anteriores de felicidade.
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A palavra-chave aqui é adaptação. Nós humanos temos a incrível capacidade de nos acostumar a qualquer mudança, seja ela positiva ou negativa. E o mais incrível é que não suspeitamos dela nem conseguimos contar com ela. Quando algo bom acontece, achamos que seremos eternamente felizes por conta daquilo. Quando é algo ruim, acreditamos que nunca mais seremos tão felizes quanto antes.
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Então imagine que você sonha em ter um aparelho de ar condicionado. Ao comprar um, você fica toda feliz: nunca mais vai passar uma noite de insônia por conta do calor. Nas primeiras noites, você liga ele na potência máxima, só para aproveitar o luxo de dormir de edredom em pleno verão. No entanto, logo você se acostuma à novidade. Em pouco tempo, aquele ar condicionado não te faz mais feliz. Você se acostumou ao aparelho, e ele agora faz parte do seu “pacote básico”. Você não chega em casa feliz só por saber que vai poder dormir em um quarto geladinho.
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O nosso problema é que não sabemos prever o futuro –e custamos a aprender com a experiência. Por isso, continuamos a tomar uma série de decisões que acreditamos que trarão felicidade. Logo nos acostumamos a elas e em pouco tempo, aquela felicidade que achamos que seria eterna passa. A novidade vira parte do seu dia-a-dia.
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Pode ser o aparelho de ar condicionado, um celular novo, um carro, a bolsa da moda, ou qualquer outro item que você deseje. Quando bate a vontade de ter algo, achamos que aquilo vai nos deixar mais felizes. Mas logo a felicidade passa, e você parte em busca do próximo sonho de consumo.
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O que está em jogo é a inflação do estilo de vida: quando o luxo de antes vira o básico de agora e você fica sempre querendo mais.
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Vi recentemente o documentário Happy (Feliz, em português),no Netflix –recomendo fortemente para quem busca construir uma vida mais feliz. O filme mostra que existem duas formas de buscar a felicidade: dentro ou fora de você. Quem acha que a felicidade vem de dentro vai procurar cuidar dos seus relacionamentos, do seu próprio bem-estar e do seu senso de sentido, seja por meio do trabalho ou de algum hobby ou trabalho social.
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Já aqueles que buscam a felicidade fora acham que vão encontrá-la no dia que conseguirem aquela promoção, comprar aquele carro ou ganhar aquele salário. No entanto, é apenas como uma miragem: quando você acha que está chegando lá, descobre que os seus desejos mudaram e que tudo aquilo que você acha que queria não era suficiente. Afinal de contas, você se acostuma logo com aquilo e sempre vai ter alguém que tem mais do que você.
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O mundo do consumo é o mundo da falta: a felicidade vive ali na esquina, mas nunca é sua por muito tempo. Isso acontece por um motivo simples. Não dá para achar que um carro, um celular ou uma bolsa vão te fazer feliz.
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Saber olhar para dentro e dar valor ao que você já tem são as respostas para quem busca uma vida mais plena. Você pode até querer trocar de carro, ou reformar a cozinha –não tem nada de errado com isso. Mas não adianta pensar que isso tudo vai trazer felicidade. A felicidade não vem de fora –ela nasce dentro de você.
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Para ler mais sobre consumismo e consumo consciente, dê uma olhadano www.financasfemininas.com.br
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