Saiu no site Revista Trip:
“Será que você sofre preconceito por ser homem brasileiro?” Eu mesma ri de mim depois de fazer essa pergunta em um grupo da internet de brasileiros que vivem em Berlim. O sujeito em questão (um fofo) apareceu perguntando se alguém conhecia um manual para lidar com mulheres alemãs.
Seguiu um bate-papo acalorado, simpático e engraçado entre brasileiros rindo das diferenças de costumes entre homens e mulheres brasileiras e alemãs.
Até que eu pensei que, para ser homem brasileiro na Alemanha e arrumar uma namorada, talvez esse homem tenha que encarar o seu machismo de frente e mudar. Desconstruir. O que pode ser bem interessante. Para ele, principalmente.
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Quando falo que os homens brasileiros podem ser alvos de preconceito em países menos machistas, não estou com pena deles, veja bem. Desculpa, amigos, eu sei que vocês são legais, e que alguns de vocês (poucos) não são machistas. E nem é preconceito. É um conceito mesmo. Um medo baseado em números alarmantes. Na lista de países onde é melhor ser uma menina, o Brasil figura no numero 104, atrás de lugares como Afeganistão e Iraque. Um cara criado nessa cultura, pode ter, sim, hábitos e atitudes machistas que ele nem se dá conta que tem (ele foi criado assim). Quando esse sujeito dá de cara com mulheres que são mais independentes e não toleram machismo faz tempo, ele vai ter que mudar. O que, repito, pode ser ótimo.
Um conhecido uma vez disse que pediu para uma amiga islandesa o apresentar para alguma amiga e ouviu: “não, elas não vão te querer porque você é brasileiro”. A Islândia é o pais com mais igualdade de gênero do mundo. As mulheres lá são fortes e fodas. Elas lutaram para isso. Elas vão querer um homem de um país que tem fama de ser extremamente machista? Talvez sim. Mas com um pé atrás. Não podemos generalizar, eu sei. Mas estou generalizando sim, pronto. Falo da cultura machista. E da fama que vocês, homens brasileiros, carregam aí pelo mundo. Ela não é boa. Vocês podem ter fama de amantes calientes (mas não se achem por isso, porque isso nem é legal, é um estereótipo idiota, assim como aquele que diz que todas as mulheres brasileiras são as deusas da cama dançarinas de samba (nada contra as dançarinas, mas não somos todas assim!).
E uma coisa é ser o macho latino da cama (um fetiche). Outra é dividir a vida com um homem que “ajuda” em casa ao invés de dividir.
Não. Vai. Rolar.
Assim como acho que um monte de garotas novas e bacanas, essas que ocupam as ruas do Brasil pedindo pelos seus direitos, também não vão topar. Os caras vão ter que correr atrás e agir de jeito decente. Senão, desculpem, vão perder, playboys. Seja no Brasil, na Alemanha ou na Islândia. E, no caso dos caras machões, assumo, eu acho bem feito. No caso dos legais, como esses colegas imigrantes do grupo, sinceramente, fiquei com pena e apego querendo ajudar. Principalmente depois de ouvir de um deles: “tá difícil mesmo, pelo menos o frio nos envolve. As alemãs não querem nem nos ver. Salve o frio, e a geladeira é a nossa companheira.” HAHAHA! #Ôdó
PS.: Nessa mesma conversa, rimos muito sobre os homens alemães que, às vezes, podem ser travados demais. Aqui acontece do seu namorado perguntar se pode passar a mão na sua bunda. Acho exagero. E engraçado. E fora que um homem alemão, assim como qualquer alemão de qualquer espécie, pode ser bem grosso. Ou seja, não tô aqui idealizando nada. E, no fundo, todo mundo é difícil. Até nós mesmas, claro.
Publicação Original: HOMENS BRASILEIROS: O MUNDO TODO ACHA VOCÊS MACHISTAS