Saiu no site NOVA COSMOPOLITAN:
Veja publicação original: Guia prático para você entender o que significa feminismo
Fizemos um guia prático de tudo o que precisa saber de uma vez por todas o que é ser feminista, com F maiúsculo
Por Bárbara dos Anjos Lima e Julia Guerrero Borges
Quando decidimos falar sobre determinado assunto, espera-se, no mínimo, ter conhecimento básico sobre ele. E, cá entre nós, quantas pessoas não falam sobre feminismo sem nem saber o que o movimento verdadeiramente busca? Pois bem, vamos lá. A primeira coisa a se fazer é entender o significado literal da palavra, longe das ideias e estereótipos que nossa sociedade criou em cima dele.
Direto do dicionário – fe.mi.nis.mo
“Sistema favorável à ampliação legal dos direitos civis e políticos da mulher ou à igualdade dos direitos dela aos do homem.” (Aurélio). A partir daí se entende que feminista é uma pessoa que acredita no que o movimento prega. É sua vez, então, de se perguntar se acredita ou não. Se sua resposta for “sim, acredito na equidade entre os sexos”, você é feminista! Se for “não, acho que os homens são melhores e merecem mais direitos”, infelizmente você é machista. E a última opção, se sua resposta for “não, as mulheres são melhores que os homens e devem ter mais direitos”, tão ruim quanto o machismo, você acredita no femismo, conjunto de ideias que considera a mulher superior ao homem.
POR DENTRO DOS FATOS
Agora senta que lá vem história. A primeira vez que se ouviu falar o termo “feminismo” foi na França, em 1872. Depois disso, muitas manifestações surgiram em diferentes lugares do mundo. Durante o século 19, por exemplo, a Europa viu diversas mulheres saindo às ruas lutando pelo direito ao voto, instrução e trabalho. Já por volta dos anos 1960 os Estados Unidos ferveram com os movimentos que buscavam a libertação da mulher e de seu papel, até então, na sociedade.
E HOJE EM DIA, A LUTA É PELO QUÊ?
Temos direito ao voto, acesso à educação e ao trabalho. Mas, acredite, tem muita coisa para conquistarmos ainda. Seguem algumas:
Legalização do aborto no Brasil
Parte da libertação da mulher é ter direito ao próprio corpo, e aborto é o quinto maior causador de mortes das grávidas no Brasil. Segundo o IBGE, 7,4 milhões de brasileiras já fizeram pelo menos um aborto.
Fim da violência doméstica contra a mulher
Estima-se que cinco mulheres são espancadas a cada dois minutos. Em 80% desses casos, o parceiro é o responsável, segundo uma pesquisa do Mulheres Brasileiras nos Espaços Público e Privado (2010).
Violência/assédio sexual
O SUS recebe, a cada uma hora, duas mulheres vítimas de abuso sexual, segundo dados do Ministério da Saúde. Vale lembrar que não é culpa da vítima. Somos pessoas públicas e andamos por onde quisermos e como quisermos.
Fim do feminicídio
No Brasil, a cada uma hora e meia, uma mulher é morta por um homem pelo simples fato de ser do sexo feminino. Tivemos um avanço: a lei do feminicídio, que aumenta a pena do criminoso, tratando-o de forma diferente do crime de homicídio.
Fim da diferença salarial
Uma pesquisa realizada pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) em 2009 mostrou que os homens recebem salários 30% maiores que os das mulheres no Brasil para fazer exatamente o mesmo trabalho.
TCHAU, TCHAU
Não menos importante, as frases que você deve tirar do seu vocabulário já!
1.”Chorou igual a uma mulherzinha.”
2.”Mulher é tudo igual!”
3.”Mulher tem de se valorizar!”
4.Xingamentos baseados na vida sexual de outras pessoas: p!@#, vaca, vadia.
5.”Homem tem de ajudar a mulher nas tarefas domésticas.”
6.”Essa já pode casar!”
7.”Fulana foi o pivô da separação do casal.”
PRA TERMINAR ( OU COMEÇAR DE VEZ)
Se assumir como feminista é o primeiro passo de muitos. O que você viu aqui é um pedacinho de um mundo gigantesco que só tem a nos ensinar. O princípio de direitos iguais a homens e mulheres, como já citado antes, é o que une todas as vertentes do feminismo e, a partir daí, surgem diversos grupos: feminismo negro, radical, liberal, interseccional, entre tantos outros. Se você está a fim de saber mais, procure, leia, pesquise e converse. Estamos todas juntas nessa!
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