Saiu no site R7:
Veja publicação original: Grupo que invadiu final da Copa apanhou em outro evento esportivo
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Por André Avelar e Cosme Rímoli
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Pussy Riot também estiveram nos Jogos de Inverno de Sochi 2014, quando protestaram contra o governo do presidente Vladimir Putin
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O mundo conheceu no último domingo (15) a face mais provocativa do grupo Pussy Riot. Em plena final da Copa 2018, quatro membros do grupo de punk rock invadiram o gramado do Estádio Luzhniki, em Moscou, para protestar contra o governo do presidente russo Vladimir Putin. Mas seus flash mobs não param por aí e também já tiveram como alvo outro evento esportivo.
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No Brasil, a banda que foi formada em 2011, é mais relacionada ao direito das mulheres. Na Rússia, elas também são conhecidas por pedir mais liberdade política e religiosa. Além disso, há também um forte ativismo ligado aos direitos humanos. O protesto com o uniforme de uma polícia russa foi um exemplo.
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A reportagem do R7 apurou com o advogado da banda, Vasilev Nikolay, que o protesto estava mais relacionado com o que classificaram como ausência do Estado de Direito na Rússia:
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“Isso é Rússia. Todo o tipo de situação aqui é possível. A lei não é uma regra. Somente a lei do poder”, disse Nikolay, ainda na delegacia, então sem contato com seus clientes mesmo quase sete horas depois da final da Copa do Mundo.
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O grupo ficou internacionalmente conhecido em 2012 quando protestaram contra a reeleição de Putin. Naquela oportunidade, duas integrantes do grupo foram presas inicialmente e processadas. Nadezhda Tolokonnikova, Maria Alyokhina cumpriram 21 dos 24 meses de pena por “vandalismo motivado por ódio religioso” em uma prisão na Mordóvia e foram libertadas em dezembro de 2013. Uma terceira integrante, Yekaterina Samutsevich cumpriu pena em um lugar diferente.
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De volta ao mundo dos esportes, desta vez, nos Jogos Olímpicos de Inverno, em Sochi, também na Rússia, em outro protesto contra Putin. Naquela oportunidade, câmeras de todo o mundo registraram a polícia cossaca batendo e até chicoteando as integrantes enquanto elas cantavam “Putin will teach you love the motherland” (Putin ensinará você a amar a pátria amada, em tradução literal).
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“Lógico que há o medo de que eles continuem presos e a reincidência de casos assim é preocupante. Na Rússia é permitido protestar, mas precisa de uma autorização prévia do governo”, disse Ivan Melnikov, secretário de Direitos Humanos, em Moscou.
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As mesmas integrantes que cumpriram pena estavam em Sochi 2014, mas não participaram do protesto na final da Rússia 2018. Aos 8 minutos do segundo tempo da vitória da França sobre a Croácia, Pyotr Verzilov, Olga Kuracheva, Olga Pakhtusova e Nika Nikulshina invadiram o campo com o uniforme da polícia russa.
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