Saiu no site G1
Veja publicação original: Grupo organiza sarau sobre violência contra a mulher após lanche ser batizado de ‘Maria da Penha’ em Salto
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Cerca de 300 pessoas se reuniram na Praça da Matriz para participar do evento, que contou com manifestações artísticas, exibição de vídeos, homenagens a vítimas e microfone aberto.
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Por Ana Beatriz Serafim
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Centenas de pessoas se reuniram, na noite desta quarta-feira (5), para dar uma resposta ao caso do hambúrguer que levava “repOLHO roxo” como ingrediente e foi batizado de “Maria da Penha”, em uma lanchonete de Salto (SP).
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Cerca de 300 participantes foram até a Praça da Matriz para participar de um sarau sobre conscientização da violência contra a mulher, que contou com manifestações artísticas, exibição de vídeos, homenagens a vítimas e microfone aberto.
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O G1 conversou com a advogada Luiza Chamon Pardim, uma das organizadoras do evento, que falou sobre a importância de combater a violência.
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“Acreditamos que o que aconteceu é reflexo da sociedade que vivemos. Então, para combater todo esse machismo, precisamos tentar conscientizar as pessoas com informação e arte.”
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A advogada também disse que a maioria dos participantes não era composta por mulheres, mas o evento foi bom para informar sobre os problemas de violência contra a mulher.
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“Foi importante ocupar um espaço predominantemente masculino. Eles precisam ouvir o que temos a dizer.”
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Sarau contou com manifestações artísticas, exibição de vídeos, homenagens a vítimas e microfone aberto — Foto: Luiza Chamon Pardim/Arquivo pessoal
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Entre as atividades, Luiza conta que o caso da hamburgueria foi comentado durante a fala de abertura, seguido por vídeos explicativos sobre a história de Maria da Penha e da vereadora carioca Marielle Franco.
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As organizadoras também deram espaço de fala para Leonardo da Silva Bezerra, de 23 anos, que viu a mãe se tornar um número na estatística do feminicídio na cidade. Houve ainda uma homenagem para Ana Lúcia Silva, morta esfaqueada pelo ex-marido, que não aceitava o fim do relacionamento.
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O evento contou com microfone aberto em que mulheres – inclusive mulheres trans – contaram experiências de violência que viveram, recitaram poesia e cantaram.
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No fim, a história da cantora brasileira Elza Soares foi contada para o público e a letra da música “Marida da Vila Matilde”, que fala sobre violência doméstica, foi distribuída com uma mensagem de “Você tem voz. Denuncie. Ligue 180.”
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“Dissemos que o que aconteceu não foi um caso isolado. Que foi reflexo da sociedade em que vivemos. A grande maioria recebeu com empatia.”
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Entenda o caso
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Hamburgueria de Salto causou polêmica nas redes sociais ao batizar lanche de Maria da Penha — Foto: Reprodução/Internet
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A hamburgueria de Salto criou um lanche chamado “Maria da Penha” e, no cardápio, destacou as palavras “olho roxo” para evidenciar o trocadilho com o nome do lanche.
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Após a repercussão negativa, muitos internautas começaram a fazer críticas na página da lanchonete no Facebook. Em uma das postagens, o policial militar Jonatas Guedes sugeriu que fosse criado o “X-Marielle” – em referência à vereadora carioca Marielle Franco, morta a tiros em março deste ano.
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O vice-presidente da OAB de Salto, Flávio Garcia, perguntou então se o lanche deveria vir “com muitas azeitonas”, usando a gíria para “tiros”.
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Após a repercussão, a hamburgueria publicou um pedido de desculpas em sua página nas redes sociais.
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Em uma nova postagem no Facebook, Flávio Garcia também pediu desculpas. Procurada pelo G1, a OAB de Salto afirmou que encaminharia o caso para ser analisado pela Comissão de Ética.
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A reportagem não conseguiu falar com o cabo da PM. Em contato telefônico com o batalhão de Itu, a reportagem foi informada que o policial seria contatado e a assessoria enviaria uma resposta sobre a polêmica.
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PM e representante da OAB em Salto provocaram polêmica em discussão nas redes sociais sobre lanche — Foto: Facebook/Reprodução
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*Colaborou sob supervisão de Ana Paula Yabiku.
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