Saiu no site ONU BRASIL
Veja publicação no site original:
Grupo de mulheres retira minas terrestres de província afegã afetada por conflito
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Um grupo de mulheres, usando coletes e protetores faciais, percorre as montanhas acidentadas da província de Bamyan, no Afeganistão. Elas utilizam detectores de metais pesados sobre o solo rochoso.
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Elas se ajoelham, raspam meticulosamente suas ferramentas afiadas no chão. Desafiam assim as rígidas normas de gênero de seu país, formando o primeiro grupo de mulheres a trabalhar na retirada de minas terrestres.
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Um grupo de mulheres, usando coletes e protetores faciais, percorre as montanhas acidentadas da província de Bamyan, no Afeganistão. Elas utilizam detectores de metais pesados sobre o solo rochoso.
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Elas se ajoelham, raspam meticulosamente suas ferramentas afiadas no chão. Desafiam assim as rígidas normas de gênero de seu país, formando o primeiro grupo de mulheres a trabalhar na retirada de minas terrestres.
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Ao livrar suas comunidades de explosivos mortais e não classificados – o legado perigoso de anos de guerra -, elas também abrem novos caminhos para as mulheres afegãs.
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A iniciativa de remoção de minas terrestres liderada por mulheres foi lançada e financiada pelo Serviço de Ação contra Minas das Nações Unidas (UNMAS), e é um marco em 30 anos de ação humanitária contra minas no Afeganistão.
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O programa UNMAS oferece às mulheres afegãs uma chance de aprender, trabalhar e apoiar suas famílias em um país profundamente conservador, onde o Talibã ainda está presente.
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Embora alguns avanços possam ser percebidos a favor dos direitos das mulheres no país, a maioria delas ainda sofre com exclusão social, política e econômica. Pesquisa realizada pela Anistia Internacional revelou que 87% das mulheres afegãs são analfabetas, e de 70% a 80% foram forçadas a se casar. O país foi considerado como o pior lugar para ser mulher.
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“A sociedade nos tratou mal no início. Era um tabu ver mulheres (trabalhando) com homens”, disse a desminadora Fatima Amiri, em entrevista à UNMAS. “Mas meu pai acreditou em mim, e me pediu para participar do grupo de desminadores. Agora, ninguém diz que as mulheres são fracas.”
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Os projetos de remoção de minas geralmente são de curto prazo. Mas as mulheres também recebem treinamento em áreas como arqueologia, turismo e negócios, o que oferece a possibilidade de uma carreira no longo prazo.
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Para garantir que as afegãs continuem sendo ouvidas, a UNMAS exige, como parte do processo da organização, que elas sejam incluídas nas discussões das comunidades para determinar os melhores usos para os territórios livres de explosivos.
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“Eu quero ser uma inspiração para as meninas da nossa sociedade”, disse Nekbakht Hassani à UNMAS. “Eu quero que as meninas se juntem à nossa causa.”
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Em 2018, 14 mulheres começaram a trabalhar removendo minas e educando moradores de vilarejos sobre os perigos de dispositivos explosivos, após realizarem um treinamento com especialistas internacionais em minas, promovido pela UNMAS.
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A equipe, que hoje possui 16 desminadoras e dois paramédicos, trabalha diariamente das 6h às 15h, usando macacões e equipamentos de proteção. O grupo já removeu minas de cerca de 51 mil metros quadrados de terra, permitindo que populações locais voltassem a cultivar. Essas mulheres caminham para tornar Bamyan, no centro do Afeganistão, uma das primeiras regiões do país livre de minas terrestres.
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“Eu escolhi me tornar uma desminadora para poder servir minha família e meu povo, desminar áreas e salvar vidas”, disse Rabia Hassani à UNMAS.
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Terra perigosa
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O Afeganistão continua sendo um dos países com mais minas terrestres do mundo. O programa de ação contra minas do país é um dos maiores e mais bem estabelecidos, composto por 46 organizações humanitárias e comerciais e 7 mil funcionários – maior parte homens.
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Desde 1989, trabalhadores humanitários removeram mais de 18 milhões de explosivos, remanescentes de guerras. Ainda que mais de 3 mil comunidades afegãs estejam livres de campos minados, 1,5 mil permanecem em risco.
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Em 2018, mais de 1,4 mil afegãos foram mortos ou feridos por minas terrestres e dispositivos explosivos. De acordo com a UNMAS, as vítimas triplicaram desde 2012. Durante as três décadas dos esforços da UNMAS no Afeganistão, cerca de 30 mil pessoas foram mortas ou feridas por explosivos. A responsabilidade de cuidar de feridos por minas recai desproporcionalmente sobre as mulheres.
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Além do alto custo humano, minas não recuperadas dificultam o desenvolvimento de infraestruturas, adiando a necessária construção de estradas e aeroportos. Além disso, o trabalho de remoção de minas tem se tornado cada vez mais difícil. As tradicionais abordagens utilizadas na remoção de explosivos da guerra entre a então União Soviética e o Afeganistão na década de 1980 já não funcionam tão bem com os novos explosivos improvisados usados pelos talibãs.
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Criando um mundo mais seguro e igualitário
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O UNMAS engajou informalmente os moradores de Bamyan a apoiar a equipe feminina de remoção de minas. Dessa forma, a organização garantiu assistência do governo local.
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Para tornar o projeto viável, a agência trabalhou em conjunto com o Grupo Dinamarquês de Desminagem para recrutar participantes, sendo que metade delas estava desempregada.
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O programa de desminagem para mulheres no Afeganistão é um exemplo de parceria entre ONU, governos e comunidades locais, que trabalham em conjunto para promover a paz e ajudar populações em situação de vulnerabilidade.
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