Saiu no site Exame
Veja publicação original. https://exame.com/esg/greta-volta-a-escola-depois-de-1-ano-o-planeta-porem-segue-aquecendo/
Greta volta à escola depois de 1 ano. O planeta, porém, segue aquecendo.
A ativista deixa marcas profundas na sociedade com seu protesto pelo clima, que influenciou milhões de jovens. A cobrança aos políticos continua.
A sueca Greta Thunberg está de volta à escola depois de um período sabático. Nos últimos dois anos, a menina de 17 anos emergiu como a voz de uma geração que está preocupada com o planeta. Ontem, ela tuitou que seu “ano de folga” havia acabado, junto com uma foto em que aparece de mochila nas costas. “É tão bom finalmente estar de volta à escola”, escreveu.
Greta ganhou notoriedade mundial de forma meteórica. Seu protesto solitário começou em agosto de 2018. Toda sexta-feira, ela faltava à escola e se dirigia para o parlamento sueco, em Estocolmo, com um cartaz escrito “greve escolar pelo clima”. A história logo se espalhou pelas redes sociais.
Em dezembro, ela fez um discurso durante a Cop24, em Katowice, na Polônia. A imagem da pequena garota cobrando impiedosamente as autoridades fortaleceu ainda mais sua influência. Milhares de jovens ao redor do mundo seguiram seu exemplo.
No dia 20 de setembro do ano passado, mais de 4 milhões de pessoas aderiram a uma greve global, convocada pela internet, na maior manifestação pelo clima da história. Ao mesmo tempo, sua ousadia irritou líderes como Donald Trump, que sugeriu que ela se acalmasse, e Jair Bolsonaro, que a chamou de pirralha.
A sua “folga”, na realidade, foi cheia de trabalho. Nos últimos 12 meses, Greta discursou no Fórum Econômico Mundial, em Davos, na COP25, em Madri, e continuou cobrando impiedosamente os políticos do momento. Na semana passada, em encontro com a chanceler alemã, Angela Merkel, na semana passada, ela pediu que Merkel saísse de sua “zona de conforto” e acelerasse a ação para combater a emergência climática.
Inspirados por Greta, os jovens estão mais confiantes. Eles se organizam em grupos locais, que se comunicam por meio de uma rede global conectados ao Fridays for Future, movimento formado a partir das greves de Thunberg. A demanda principal dos ativistas é por ação. Eles querem acelerar a transição para uma economia de baixo carbono, colocando um fim em todos os novos projetos de exploração de combustíveis fósseis. Adicionalmente, pedem a inclusão de pautas sociais nas discussões climáticas e que as vozes dos povos originários e indígenas sejam ouvidas e levadas em consideração nas tomadas de decisão.