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Grávida de 24 anos morre após ser baleada durante operação policial; Avó faz relato emocionado: “Perdi minha neta num tiroteio bárbaro”

Saiu no HUGO GLOSS

Veja a Publicação Original

Até quando, meu Deus?! A modelo e designer de interiores Kathlen Romeu, de 24 anos, morreu nesta terça-feira (8), após ser atingida por um tiro durante uma operação policial na comunidade do Lins, Zona Norte do Rio. Grávida de apenas 14 semanas, momentos antes da fatalidade, ela havia feito uma publicação nas redes sociais celebrando a gestação. O caso revoltante mobilizou os internautas nas redes sociais.

Segundo relatos de moradores ao portal G1, Kathlen foi atingida por uma “bala perdida” durante um confronto dos policiais com bandidos. Além da morte da designer, a operação resultou na apreensão de um carregador de fuzil, munições de calibre 9mm e drogas. A Polícia Militar do Rio de Janeiro afirmou que Romeu foi encontrada ferida na rua e levada para o Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, mas não resistiu. Posteriormente, a instituição também confirmou a morte do bebê.

A Delegacia de Homicídios da Capital (DHC) ficou responsável por investigar o caso e descobrir de onde partiu o tiro. Em nota, a Polícia Militar informou que os agentes foram atacados a tiros por criminosos na localidade conhecida como “Beco da 14”, dando início a um confronto. Hoje mais cedo, Kathlen Romeu fez uma publicação nos stories, gravando sua barriguinha de grávida. “Bom dia, neném”, escreveu no post, que viralizou na web após sua morte. Moradores da comunidade do Lins fizeram um protesto na região, pedindo pelo fim da violência policial.

Essa foi a última postagem de Kathlen Romeu de 24 anos que estava grávida ,postagem feita horas antes dela ser baleada e morta após uma operação policial no RJ.O massacre contra vidas negras no Brasil segue a todo vapor pic.twitter.com/5Y9fKycwL9

— Filipe Arthur (@OFilipeArthur) June 8, 2021

Moradores da comunidade do Lins, zona norte do Rio, protestaram na tarde desta terça-feira (8) após a morte de Kathlen Romeu, mulher negra e grávida de 24 anos, durante uma ação da polícia na na comunidade Vila Cabuçu, que faz parte do Complexo do Lins. pic.twitter.com/fh3sVXMc1N

— Ponte Jornalismo (@pontejornalismo) June 8, 2021

Em entrevista para a TV Globo, a avó de Kathlen Romeu, que não teve o nome divulgado, deu mais detalhes de como tudo aconteceu. Segundo a senhora, elas estavam indo visitar a tia da designer de interiores. “A gente estava indo na firma da minha filha. Quando nós passamos a rua estava tranquila. Foi tudo muito de repente. A minha neta caiu, começou muito tiro. Quando eu puxei ela caiu, eu me machuquei ainda, me joguei para proteger ela, que está gravida. Eu só vi um furo no braço dela e gritei para eles me ajudarem a trazer. Perdi minha neta e meu bisneto”, desabafou, muito emocionada.

“A minha rua tá muito perigosa, eu não queria ter perdido minha neta e perdi desse jeito estúpido. Eu perdi minha neta num tiroteio bárbaro”, completou a avó. No relato, ela ainda explicou que Kathlen tinha se mudado da comunidade, justamente por causa do medo da violência. “A garota tem um mês que saiu dali por causa desses perigos, por causa de tudo daquele Lins. Aquela minha rua tá muito perigosa. Eu não queria ter perdido minha neta e perdi desse jeito estúpido. Uma garota que trabalha, que estuda, formada. Só isso que eu tenho a dizer, eu não tenho mais nada“, declarou.

Outros familiares e amigos de Kathlen Romeu estiveram na porta do hospital e conversaram com a emissora. “Nós, como mães, já não aguentamos mais ver crianças e jovens morrendo inocentes. Foram duas vidas, uma carregando a outra. Eu já não aguento mais. Aquilo ali virou terra de ninguém”, lamentou uma amiga da modelo, que também não teve seu nome divulgado.

Reações

Nas redes sociais, os internautas repudiaram mais uma morte trágica e precoce de uma pessoa negra dentro das comunidades. “Kathlen não é exceção. Desde 2017, 15 grávidas foram baleadas no Grande Rio – 8 delas morreram”, destacou a jornalista Cecília Olliveira. “Marielle perguntou, eu também vou perguntar: quantos mais vão ter que morrer pra essa guerra acabar?”, indagou Lana de Holanda. “A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil”, lembrou o ex-BBB Rodrigo França. “A morte da Kathlen é mais um lembrete dos percalços dos caminhos das mulheres negras desse país. Ser mãe. Ser filha. Ser companheira. Existir. Nada é simples para nós… Que tristeza”, lamentou Lare.

Kathlen não é exceção. Desde 2017, 15 grávidas foram baleadas no Grande Rio – 8 delas morreram. https://t.co/izpKWZOPyK

— Cecília Olliveira (@Cecillia) June 8, 2021

Estudou, se formou, trabalhou, sempre se esforçou pra realizar seus sonhos, ia ser mãe e agora ? A POLICIA MATOU!
e eu só me pergunto: como favelado vence, se quando eles entram na comunidade é só pra mata !?
Keke 💔💔 pic.twitter.com/IqtyOZ63h0

— CÁ 🦋 (@soueumcarolinne) June 8, 2021

Kathlen Romeu, uma jovem negra grávida, foi alvejada e morta no Complexo de Lins de Vasconcelos, na rua de casa, em meio a mais uma operação policial no RJ.

Não conseguimos dimensionar a dor da perda de mais uma vítima desse genocídio em curso que nos mata em tantas frentes.

— Erica Malunguinho (@malunguinho) June 8, 2021

Grávida de 24 semanas, Kathlen Romeu foi morta durante um tiroteio no Complexo do Lins. Ela é mais uma vítima do Estado brasileiro. Mais uma vítima do governador Cláudio Castro.

Marielle perguntou, eu também vou perguntar: quantos mais vão ter que morrer pra essa guerra acabar? pic.twitter.com/8DGhoGmX2L

— Lana de Holanda 🏳️‍🌈🏳️‍⚧️ (@lanadeholanda) June 8, 2021

A jovem Kathlen Romeu, 24 anos, grávida de 14 semanas foi baleada e morta nesta terça-feira 8 na Zona Norte do Rio de Janeiro, após operação policial. Mais duas vidas findadas pelo Estado genocida.

A cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. pic.twitter.com/oDD0t9XktF

— Rodrigo França ✊🏿 (@franca_rodrigo) June 8, 2021

Kathlen tava tentando burlar as estatísticas, sobreviver ao país que mata um jovem negro a cada 23 minutos. O Estado não permitiu. Kathlen Romeu foi baleada com 24 anos, grávida de 14 semanas e faleceu.

Que ela seja recebida e amparada pelos nossos nessa travessia

— Ismael Carvalho (@carvalhoismaels) June 8, 2021

mais uma vida ceifada pelo estado genocida! viver aqui, é estar numa montanha russa de luto. nesse momento tenho raiva, revolta, tristeza e mais raiva! o estado escolhe quem morre!
Deixo todo meu carinho e meus sentimentos aos amigos e familiares!
✨Kathlen Romeu Presente ✨ pic.twitter.com/JvTBTwSY3x

— Gab Hebling 🏳‍🌈 (@gabhebling) June 8, 2021

kathlen Romeu estava grávida!!!!
Linda, saudável, trabalhando…
Já chegou no hospital sem vida!!!!
Saúde mental? Pra quem?
Nos tiram o direito de viver, de gerar vida, de construir história, de respirar!!!!
Até quando?????

— Jeniffer Dias (@eujenifferdias) June 8, 2021

Não é “bala perdida” se o alvo é sempre preto e pobre. Justiça pra Kathlen Romeu, seu bebê e tantas outras vítimas do extermínio da polícia. pic.twitter.com/lYFij8Uamu

— Greengo Dictionary (@greengodict) June 8, 2021

Sinto pelas favelas, sinto pelas mães, sinto por essa rotina cruel e covarde de um país extremamente racista e violento para nosso povo. Eu não te conhecia, mas eu choro com os seus que choram, pois na verdade somos nós chorando, alvos únicos dessa estrutura. (+)

— Santiago, Raull 🇵🇸 #AteVencermosAFome (@raullsantiago) June 8, 2021

Somos o foco desse racista pensamento arcaico. Dessas pessoas ruins.

Seja luz. Que daqui seremos amor aos nossos e a pura revolta com quem não aceita a nossa existência. ✊🏽😭😡

— Santiago, Raull 🇵🇸 #AteVencermosAFome (@raullsantiago) June 8, 2021

A morte da Kathlen é mais um lembrete dos percalços dos caminhos das mulheres negras desse país. Ser mãe. Ser filha. Ser companheira. Existir. Nada é simples para nós… Que tristeza https://t.co/Gxd4F9ng6Q

Leia a Matéria Completa Aqui!

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