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Veja a publicação original: Golpe financeiro atrai mulheres disfarçado de grupo de economia solidária]
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Na crise do coronavírus, pirâmides financeiras como a “Tear dos Sonhos” ou a “Mandala da Prosperidade” voltaram a ser assunto nas redes sociais
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Por Júlia Lewgoy,
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Um golpe disfarçado de grupo feminino de economia solidária tem atraído mulheres e dado o que falar no Twitter. Chamados de “Tear dos Sonhos” ou de “Mandala da Prosperidade”, entre outros nomes, os grupos são, na verdade, pirâmides financeiras e pedem dinheiro para mulheres em nome da irmandade feminina.
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O golpe já acontece há alguns anos, mas agora na crise do novo coronavírus voltou a ser assunto nas redes sociais. No Twitter, uma história de apenas uma das vítimas nesta semana foi compartilhada por mais de 7 mil pessoas e cerca de 400 mulheres responderam, várias com relatos parecidos.
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Funciona assim: mulheres convidam outras mulheres próximas para participar de um grupo supostamente empoderador, pessoalmente, por ligação ou chamada de vídeo, mas nunca por escrito.
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“O convite nunca é algo simples e direto, sempre vem permeado por um discurso energético, quântico ou ligado ao sagrado feminino”, conta uma moça que sofreu uma tentativa de golpe, no Twitter.
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Quem convida não explica direito como funciona e dá respostas imprecisas. Em reuniões pela plataforma Zoom, as mulheres se encontram para receber o “axé” e realizar seus sonhos. Todas precisam estar em em situações de fragilidade, como mães de recém-nascidos, desempregadas ou recém divorciadas, e são chamadas de elementos da natureza.
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Para participar, é preciso dar um “presente” de R$ 5 mil a uma mulher, que se torna em seguida o centro de uma mandala imaginária, em nome da sororidade – e convidar outras duas mulheres, no máximo. Na sequência, essas duas mulheres se tornam o centro de duas mandalas e recebem, em tese o “presente”, e cada uma delas convida mais duas mulheres, e assim sucessivamente.
Aqui vai uma imagem bem didática sobre o funcionamento da mandala. Conforme as integrantes vão passando pelos estágios e adentrando a mandala, até chegar ao centro, que é onde está a mulher-água, essa mandala vai se desdobrando em outras. INFINITAMENTE.
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Como em outras pirâmides financeiras, o que movimenta o grupo é a adesão de participantes, cuja única finalidade é arrecadar dinheiro para seus líderes. No entanto, em vez de ganhar dinheiro fácil e rápido com a venda de um produto ou serviço, a promessa é ganhar com o convívio com outras mulheres e empoderamento. Vale lembrar que esse tipo de operação é ilegal e quem a organiza pode ser acusado de crimes crimes de estelionato e fraude.