E não é tudo.
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Ainda no relatório divulgado segunda (20), há hoje pouco mais do que 2 mil bilionários no mundo. Eles representam 1% da população e ainda assim têm mais que o dobro do 6,9 bilhões de pessoas. A fortuna dos 22 homens mais ricos é maior do que tudo que todas as mulheres no continente da África possuem. Estamos falando de 22 homens contra algo em torno de 660 milhões de mulheres.
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Valores absurdos.
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“As diferenças econômicas estão fora do controle. Essa grande divisão é baseada em um sistema econômico falho e sexista, que valoriza mais a fortuna de poucos privilegiados, na maioria homens, do que as bilhões de horas de trabalho essencial – mal remunerado e não pago – realizado principalmente por mulheres e meninas ao redor do mundo”, diz o relatório. “Cuidar das pessoas, cozinhar ou buscar água são tarefas domésticas diárias essenciais para o bem-estar da sociedade e funcionamento da Economia. A pesada e desigual responsabilidade do trabalho dos cuidadores perpetua o desequilíbrio de gêneros e econômicos. Isso tem que mudar”, alerta o documento que pede que “os Governos invistam em uma economia mais humana que seja feminista e que valorize o que realmente seja válido na sociedade em vez de alimentar uma busca incessante de riqueza e lucro”.
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Segundo o documento, o colapso no sistema de tributação dos super-ricos e de grandes empresas, que sonegam ou são isentos de impostos, contribui ainda mais para a realidade atual. Apenas 4% da receita global de impostos provém da tributação da riqueza, com estudos relatando que até 30% de obrigação tributária têm sido evitados.
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“A riqueza extrema de hoje também é baseada no sexismo. O sistema econômico foi construído por homens ricos e poderosos, que continuam a ditar as regras e cortar a porcentagem de suas contribuições para o leão. No mundo inteiro homens tem 50% a mais de fortunas do que mulheres” relata a Oxfam no relatório Time to Care.
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“Chegou a hora de re-examinar as prioridades econômicas e para os governos passarem a investir em construir uma economia humana que é feminista e que funcione para todos os cidadãos, incluindo as mulheres mais pobres e os grupos marginalizados”, conclui o relatório, que sugere 6 passos para um melhor futuro:
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1. Investir em um sistema de cuidado nacional (transformando os serviços e estruturas públicas existentes) para endereçar a responsabilidade desproporcional de trabalhos que têm sido feito basicamente por mulheres e meninas.
2. Acabar com riqueza extrema e pobreza extrema. “Riqueza extrema é sinal de uma falha no sistema econômico”, diz o relatório.
3. Legislar para proteger os direitos de todos cuidadores e assegurar salários mínimos para trabalhadores, reduzindo o desequilíbrio na remuneração entre homens e mulheres.
4. Assegurar que cuidadores tenham voz e influência nos processos de decisão.
5. Desestimular regras prejudiciais e pensamentos sexistas que contribuem para o desequilíbrio de gêneros.
6. Valorizar cuidados o lado humano e o bem-estar nos negócios e práticas de trabalho.
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