Saiu no site REVISTA M DE MULHER:
Veja publicação original: Filme lésbico do Quênia faz história ao ser exibido em Cannes
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Por Júlia Warken
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No Quênia a homossexualidade pode ser punida com até 14 anos de prisão. Batizado de “Rafiki”, o filme foi banido do país por conta disso.
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O filme “Rafiki” – que significa “amigo(a)” em swahili – entrou para a história como o primeiro representante do Quênia no Festival de Cannes, o que já seria um grande feito por si só. Mas o longa dirigido por Wanuri Kahiu representa muito mais do que isso, já que ousa falar sobre lésbicas num país onde a homossexualidade é contra a lei.
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No Quênia o filme foi proibido de ser veiculado. O Comitê de Classificação de Filmes do país baniu a distribuição do longa chegou a dizer que ele poderia ter sido aceito, caso as personagens demonstrassem remorso por seus atos no final. “A moral da história no filme é a de legitimar o lesbianismo no Quênia. Qualquer tentativa de introduzir e de normalizar a homossexualidade no Quênia vai contra a legislação e a constituição e isso deve ser vetado”, declarou o comitê.
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Voltando ao filme, “Rafiki” representa um marco histórico para a comunidade LGBT na África e é o longa com mais peso político no Festival de Cannes esse ano. Realizar um filme homossexual em países como o Quênia é um ato que leva a palavra “resistência” a um outro patamar. Fazer com que ele chegue a uma das premiações mais importantes do mundo é uma conquista histórica.
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O filme fez sua estreia no festival nessa quarta-feira (9) e vem colhendo bons frutos junto à crítica. Ele conta a história de Kena (Samantha Mugatsia) e Ziki (Sheila Munyiva), duas garotas que se conhecem pelas ruas de Nairobi e vivem um romance proibido. Além de escancarar a realidade homofóbica do país, “Rafiki” também mostra a dificuldade das duas em relação às famílias e a influência que a igreja exerce sobre a comunidade em que vivem.
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Segundo a crítica do Screen Daily, o filme peca por abranger coisas demais, mas apresenta um trabalho carregado de alma e sensibilidade. O longa também é descrito como dinâmico e cheio de vida. “A performance carismática de Samantha Mugatsia e Sheila Munyiva faz você acreditar nas personagens e se envolver no romance. Quando a realidade se intromete no sonho de amor delas, o impacto emocional é incrivelmente profundo”, aponta o crítico.
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Infelizmente, ainda é cedo para saber se a gente vai poder ver “Rafiki” nas salas de cinema daqui. No IMDb – a maior base de dados sobre audiovisual do mundo – não há nem informações sobre a estreia do filme nos Estados Unidos, que dirá no Brasil. Mesmo assim, é justo dizer que a repercussão em Cannes já colocou o longa no radar das distribuidoras. Se for premiado, aumentam as chances de ele ser lançado comercialmente em breve. E nós já estamos torcendo, lógico! Saiba mais: Presidido por Cate Blanchett, Cannes terá júri majoritariamente feminino
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Enquanto isso, olha como as atrizes e a diretora estavam maravilhosas no tapete vermelho do festival. É o sorriso no rosto de quem sabe que está fazendo história!
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