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Fiéis, trabalhadoras e grandes rivais. Quem são as duas mulheres que querem suceder a Rajoy? /premium

Saiu no site O OBSERVADOR: 

 

Veja publicação original:  Fiéis, trabalhadoras e grandes rivais. Quem são as duas mulheres que querem suceder a Rajoy?

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Por João de Almeida Dias

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Depois da saída de Mariano Rajoy, o Partido Popular começa a escolher esta quinta-feira o seu próximo presidente. As favoritas são duas mulheres que foram lançadas por Rajoy — e rivais de sempre.

 

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Nunca uma cadeira reuniu à sua volta tanta tensão. Vazia e intocada, como se queimasse, aquela cadeira de alumínio com estofos pretos separava as duas mulheres mais importantes do centro-direita espanhol — e provavelmente as maiores adversárias do universo do Partido Popular (PP).

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Do lado esquerdo, Soraya Sáenz de Santamaría, vice-Presidente de Governo. Do lado direito, María Dolores de Cospedal, ministra da Defesa e secretária-geral do PP. Num puro ato de simetria, cada uma deu às costas à outra e tratou de trocar palavras de circunstância com os respetivos colegas do lado. Enquanto o faziam, não se esqueceram de sorrir quanto baste, o que favoreceu uma e outra perante as objetivas dos vários fotojornalistas que captaram aquele momento, a 2 de maio de 2018.

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A cadeira vazia — que pertencia a Ángel Garrido, que assumiu a presidência da Comunidade de Madrid depois de Cristina Cifuentes ser apanhada num caso de um mestrado falso e também de roubo — era apenas um símbolo que marcava a tensão entre duas mulheres que quase sempre estiveram nos mesmos sítios, à mesma hora, mas que ainda assim nunca estiveram verdadeiramente juntas.

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São vários os episódios de tensão entre as duas políticas conservadoras. Na antecâmara do episódio da cadeira, esteve outro em que María Dolores de Cospedal terá deixado Soraya de Sáenz de Santamaría do lado de fora da porta de um almoço com Mariano Rajoy.

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Passou-se a 7 de abril deste ano, na cidade de Sevilha, altura em que ali se celebrava a convenção nacional do PP. Naquela noite, a vice-presidente saiu do seu hotel a bordo do seu carro oficial para participar num almoço entre os presidentes regionais do PP, a cúpula do partido e Mariano Rajoy — e para o qual a número 2 do Governo estaria convidada. Chegada à porta do restaurante, Soraya Sáenz de Santamaría viu a entrada a ser-lhe barrada por um próximo de María Dolores de Cospedal. Segundo o El Mundo, a secretária-geral terá impedido a entrada da vice-presidente de Governo, justificando que aquele evento não dizia respeito ao Governo, mas sim ao PP.

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Soraya Sáenz de Santamaría acabou por aceitar — até porque nada daquilo era novo. De acordo com o El País, o episódio já se tinha repetido pelo menos uma vez, desta vez em setembro e em Barcelona. Quando foi impedida de entrar numa mariscada do PP catalão, tratou de fazer “ostentação da sua ausência ao apresentar-se na esplanada onde os jornalistas almoçavam bocadillos”.

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Sáenz de Santamaría esteve ao lado de Rajoy no seu primeiro e segundo mandatos. Da segunda vez que foi eleito, o ex-líder do PP chamou Cospedal para governar (PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP/Getty Images)

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Em público, as duas políticas negam que exista uma rivalidade entre as duas. “Se não se tratasse de duas mulheres, talvez não estivessemos a falar disto”, disse María Dolores de Cospedal numa entrevista à rádio Onda Cero. Mas a verdade é que dentro do PP ninguém nega a tensão entre as duas mulheres que, cada uma à sua maneira, Mariano Rajoy soube manter ao seu lado até que saíram de debaixo do braço do ex-Presidente de Governo.

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“O partido, que são os conselheiros, os autarcas e todas as organizações territoriais, estão pelos cabelos com as duas”, disse um membro da direção do PP ao El Mundo. “É uma luta puramente pessoal, que não tem nada a ver com o projeto, nem com a ideologia, e Rajoy não faz nada para evitar situações que são violentas para todos nalguns casos.”

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Tudo isto aconteceu enquanto Mariano Rajoy esperava governar em velocidade de cruzeiro até 2020, ano em que estão previstas as eleições gerais em Espanha. Porém, o mês de maio provou ser um dos mais letais para a história do PP. Depois de vários anos a ser julgado, o caso Gürtel resultou numa sentença onde várias personalidades do partido foram condenadas a pena de prisão — além do próprio PP, que a Audiencia Nacional deu como culpado por ter lucrado “com prejuízo para os interesses do Estado”. A sentença precipitou uma improvável união do PSOE, do Podemos e de vários partidos regionalistas e independentistas que, num ato inesperado, aprovaram uma moção de censura de derrubou Mariano Rajoy. Uma semana depois de sair do Governo, o líder do PP deixou de sê-lo — e, assim, abriu caminho a eleições internas.

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“É uma luta puramente pessoal, que não tem nada a ver com o projeto, nem com a ideologia, e Rajoy não faz nada para evitar situações que são violentas para todos nalguns casos.”
Membro da direção do PP ao El Mundo
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A primeira votação acontece já esta quinta-feira, numa primeira volta onde se apresentam seis candidatos: José Ramón García Hernández (deputado e responsável pela pasta dos Negócios Estrangeiros no PP); José Manuel García-Margallo, ex-ministro dos Negócios Estrangeiros; Elios Cabanes, conselheiro do PP em Valência; Pablo Casado, deputado e vice-secretário de Comunicação do PP. E, claro, as duas mulheres de que aqui falamos: Soraya Saénz de Santamaría e María Dolores de Cospedal. Entre os seis candidatos, são elas as favoritas a suceder a Mariano Rajoy na liderança do PP — e, por isso, traçamos o perfil àquelas que pretendem vir a ser as primeiras mulheres a governar Espanha.

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María Dolores de Cospedal, a fiel escudeira que dá um passo de cada vez

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Pode ser injusto, mas é mesmo assim: muitas vezes, é nos seus piores momentos que os políticos mais dão nas vistas. E esse momento chegou para María Dolores de Cospedal quando, numa conferência de imprensa em fevereiro de 2013, foi chamada a responder pelos pagamentos que o PP fazia até então ao seu ex-tesoureiro, Luis Bárcenas, apesar de este se ter demitido em 2009 na sequência da revelação do caso Gürtel.

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A secretária-geral do PP não fugiu à questão — mas a resposta saiu-lhe com um evidente atrapalho, que escapou a poucos. “A indemnização que se acordou foi uma indemnização em diferido. E como foi uma indemnização indife… em diferido, em forma, efetivamente, de simulação, de… simulação, o de… o que seria feito em diferido em partes de uma… daquilo que antes era uma retribuição, tinha que ter a retenção da Segurança Social”, respondeu María Dolores de Cospedal.

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À altura, não escapou à chacota um pouco generalizada da imprensa e das redes sociais, que jocosamente lhe atribuíam a invenção da figura legal da “indemnização em diferido”.

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Mesmo que ali estivesse patente um dos seus piores momentos, María Dolores de Cospedal apresentava ali aquilo que muitos dos seus aliados demonstram como as suas grandes qualidade: a lealdade. Neste caso, ao PP e a Mariano Rajoy, mesmo que num momento delicado — e que, cinco anos depois, culminaria com um colapso da direção do partido. Mas nada menos disso se esperaria da mulher que, amiúde, a imprensa espanhola descreve como a “escudeira mais fiel de Rajoy”.

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María Dolores de Cospedal nasceu em Albacete há 52 anos. A sua escola era um colégio de freiras, onde se destacou por ser uma aluna cumpridora da disciplina daqueles corredores e estudiosa. Ao final da tarde, voltava para uma casa onde se respirava política. O pai, Ricardo de Cospedal, era militante da UCD, o partido de Adolfo Suárez, dissolvido em 1983. Três anos depois, quando tinha 17 anos, ajudou o pai a preparar a sua candidatura já por outro partido — o Partido Reformista Democrático — às eleições gerais de 1986. Esteve perto do 1% dos votos, mas ficou longe do parlamento.

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María Dolores de Cospedal chegou a secretária-geral do PP numa altura em que Mariano Rajoy procurava renovar o partido — e desde então nunca mais se separaram (GABRIEL BOUYS/AFP/Getty Images)

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A política ficaria então reservada para a filha — mas, para isso, trataria de começar por baixo. Estudante de Direito em Madrid, candidatou-se depois de concluída a licenciatura para ser advogada do Estado espanhol. Conseguiu, em 1991, tornando-se na pessoa mais jovem a chegar àquela posição — tinha apenas 26 anos. Em 1996, depois de passar por vários organismos estatais como jurista — passando por áreas áreas tão díspares como as obras públicas e a assistência social —, foi chamada para ser assessora do então ministro do Trabalho e Assuntos Sociais, Javier Arenas, do governo de José María Aznar. Ali, desempenhou várias tarefas de bastidores — depois de assessora, foi nomeada subsecretária — até que em 2004, com a eleição do socialista José Luiz Rodríguez Zapatero sai de funções. Nessa altura, foi para advogada do Estado no Tribunal dos Direitos Humanos — mas por pouco tempo.

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No final de 2004, já era requisitada novamente por políticos do PP. Dessa vez, foi a então presidente da Comunidade de Madrid, Esperanza Aguirre, quem a nomeou para ser sua conselheira dos Transportes e Infrastruturas.

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Em 2006, Mariano Rajoy, que levava dois anos na liderança do PP e, à altura, ainda procurava tropas para pôr um fim ao “aznarismo” e começar o “marianismo”, reparou em María Dolores Cospedal — e gostou do seu perfil. Tanto que, nesse ano, conseguiu que o partido a elegesse para presidente do PP na região de Castilla-La Mancha e levou-a ser eleita senadora por aquela região.

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María Dolores de Cospedal acumulou os caros de ministra da Defesa, secretária-geral do PP e presidente do PP em Castilla-La Mancha. Em 2017, a oposição quis aprovar uma lei para prevenir casos como este — e chamou-lhe a lei “anti-Cospedal”.
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Por essa altura, tinha um perfil único. Mulher, mãe solteira de um filho gerado por uma fertilização in-vitro, marcava uma posição centrista num partido marcadamente conservador.

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Em 2007, perde as eleições regionais contra o candidato do PSOE. Em vez de deixá-la cair, Mariano Rajoy decidiu puxá-la ainda mais para cima. Tanto que, no ano seguinte, faz dela secretária-geral do PP — cargo que ainda hoje ocupa e que só admite vagar para chegar a presidente do partido. E é já nessa condição que, em 2011, quebra o reinado socialista de 28 anos em Castilla-La Mancha ao vencer as eleições regionais.

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Nos anos seguintes, acumulou vários cargos — mas nenhum foi tão alto, e tão importante, como o do Ministério da Defesa, que assumiu em 2016. O malabarismo constante a que era obrigada no desempenho de todas estas funções valeram-lhe críticas, tanto dentro dos corredores conservadores que menos a prezavam como fora do partido. Já enquanto ministra da Defesa (e também secretária-geral do PP e presidente do partido na região de Castilla-La Mancha), viu o Congresso dos Deputados a votar um projeto-lei que ficou conhecido como “anti-Cospedal” — tudo porque visava impedir a acumulação de cargos. Foi chumbada por 25 votos. Ainda assim, Mariano Rajoy foi impelido a demitir a sua ministra da Defesa. Este, como que retribuindo a confiança à sua fiel escudeira, manteve-a ao seu lado.

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Agora, María Dolores de Cospedal pode seguir-lhe as pisadas — pelo menos, já demonstrou que sabe dar um passo de cada vez.

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Soraya Saénz de Santamaría, a mulher que brilha à sombra de Rajoy

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É um par que salta à vista por tão díspar que é. Com 1,90m, Mariano Rajoy foi o Presidente de Governo mais alto da história de democracia. Mas, ao seu lado, sempre que esteve no poder, teve ao seu lado uma mulher que pouco deve à altura. Soraya Saénz de Santamaría, com 1,51m, tratou sempre de estar ao seu lado — merecendo a alcunha de “vice-tudo”.

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A diferença de alturas entre os dois não passa de um fait-divers, mas ainda assim foi merecedora de atenção em várias entrevistas. Numa delas, perguntaram-lhe num duplo sentido, figurado e literal, se tinha dificuldades a acompanhar  o passo ao Presidente de Governo. “Não, mas não nos podemos despistar, porque tem um andar muito discreto e uma passada muito larga. A mim cabe-me correr ao seu lado”, respondeu entre risos.

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Soraya Saénz de Santamaría foi sempre a número 2 de Rajoy no poder — e foi quem liderou mais ministérios, valendo-lhe a alcunha de “apaga-fogos” (PIERRE-PHILIPPE MARCOU/AFP/Getty Images)

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É, por vezes, a brincar que se dizem as verdades e, daqui, sobressai esta: onde Mariano Rajoy esteve nos últimos sete anos de poder, Soraya Sáenz de Santamaría também. E não foram poucas as áreas onde tocou. Primeiro, numa aposta pessoal de Mariano Rajoy, foi porta-voz do PP no Congresso dos Deputados entre 2008 e 2011. Depois, quando o líder do PP voltou a apostar nela depois de vencer as eleições de 2011 com maioria absoluta, levou-a para o seu Governo, onde desempenhou vários papéis, sempre com destaque. Foi ministra da Presidência e vice-Presidente de Governo do início ao fim — e, pelo meio, ministra da Justiça, da Saúde e das Administrações Territoriais. Nos dois mandatos de Mariano Rajoy, demonstrou calma e engenho para apagar vários fogos — desde a crise do ébola de 2014, cuja gestão caiu nas suas mãos, relegando assim a então ministra da Saúde para um segundo plano, até à crise na Catalunha, cuja governação assumiu depois da aplicação do Artigo 155 no final de 2017, que resultou na suspensão da autonomia daquela região.

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Foi na Catalunha que teve o seu maior desafio político. Depois de o parlamento regional ter declarado de forma unilateral a independência, Mariano Rajoy pediu a suspensão da autonomia catalã e nomeou a sua número 2 para apagar mais aquele fogo. No entanto, aqui foi acusada de deitar mais achas para a fogueira, fazendo daquela crise um tema legal quando muitos insistem que ele é político.

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A sua postura de tolerância zero ao independentismo valeu-lhe ainda das críticas mais acérrimas por parte dos setores mais aguerridamente catalanistas. Uma delas partiu do ex-jogador do Barcelona FC, o búlgaro Stoichkov, que, dias depois do referendo independentista que resultou em fortes cargas policiais, mostrou uma fotografia da vice-Presidente de Governo na televisão e disse: “O seu avô era franquista. O seu pai, era franquista. Esta é franquista”. A ligação que o ex-craque do clube culé quis estabelecer foi com o general franquista António Saénz de Santamaría — mas, como é recorrentemente sublinhado, eles não são sequer parentes.

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Soraya Saénz de Santamaría faria tudo de novo na Catalunha, argumentando numa entrevista recente que “o problema é que para fazer coisas na Catalunha chocamos com o interlocutor”. Por “interlocutor” leia-se “independentista”. “O interlocutor diz-te: quero um referendo, sim ou sim; quero a independência, sim ou sim. Então deixa de haver margem com um interlocutor assim. Tens de responder com a fortaleza do Estado de Direito”, diz.

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“O problema é que para fazer coisas na Catalunha chocamos com o interlocutor. O interlocutor diz-te: quero um referendo, sim ou sim; quero a independência, sim ou sim. Então deixa de haver margem com um interlocutor assim. Tens de responder com a fortaleza do Estado de Direito.”
Soraya Saénz de Santamaría
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Não é por acaso que fala da “fortaleza do Estado de Direito”.  À semelhança de María Dolores Cospedal — com a qual mantém uma relação de rivalidade, à medida que as suas carreiras progridem lado a lado —, também Soraya Saénz de Santamaría começou a trabalhar como advogada do Estado espanhol. Como estudante, classificam-na como sendo nada menos do que “brilhante”, contando que bastava ficar a umas décimas de um 10 — a nota máxima na escala de classificação utilizada em Espanha — para começar a chorar de frustração. Mas eram poucas as vezes em que o fazia, já que eram tantas as que chegava ao 10.

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Agora, depois de anos como número 2, pode chegar a número 1 do PP. Nessa caminhada, os 1,51m não deixam ser exatamente o que aqui foram: um detalhe, com tudo o que importa a vir depois.

 

 

 

 

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