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Veja a publicação original: Feministas organizam campanha para socorrer famílias chefiadas por mulheres em situação de vulnerabilidade no RN
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Por Rafael Duarte
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O movimento feminista do Rio Grande do Norte lançou a campanha #Entrelaçadas por Todas para socorrer 160 famílias em situação de vulnerabilidade chefiadas por mulheres negras, mães solos, autônomas, agricultoras e pescadoras, que em virtude da pandemia perderam suas fontes de rendas nos municípios de Natal, Mossoró e da costa litorânea do Estado potiguar
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A campanha foi idealizada pelos coletivos Leila Diniz e Motim Feminista, grupos feministas de Natal e Mossoró vinculados a Articulação de Mulheres Brasileiras – AMB. A iniciativa tem como meta arrecadar e distribuir gêneros alimentícios, produtos de higiene e limpeza. Para ampliar o alcance das práticas solidárias na sociedade, o campanha fará uma live cultural de lançamento nesta segunda-feira (15), a partir das 20h, com a participação das cantoras e compositoras Khrystal, Clara Pinheiro e Dayanne Nunes. A transmissão acontece pela conta do instagram @coletivamotimfeminista.
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Estudo recente divulgado por um grupo de pesquisadores da UFRN e da UFC apontou que a mortalidade por Covid-19 é maior entre as pessoas de maior vulnerabilidade social. As taxas de mortalidade nas zonas Norte e Oeste de Natal são maiores que as das zonas Sul e Leste.
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A assistente social Telma Gurgel destaca que a ação vai dar ainda mais visibilidade a uma pauta social importante e urgente nesse momento:
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– Será uma oportunidade de juntar mulheres e toda a sociedade em torno de uma rede de som, poesia, artivismo e solidariedade feminista em prol das que mais precisam neste momento crítico da história que estamos atravessando”, disse.
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A campanha #Entrelaçadas por Todas terá duração de três meses e, além das lives para incentivar a arrecadação solidária de recursos destinados à compra de gêneros alimentícios e produtos de higiene e limpeza para mulheres em situação de vulnerabilidade, também desenvolverá materiais com conteúdo de autocuidado e educativos sobre feminismo e o enfrentamento às desigualdades e violências de gênero, raça e classe no contexto nacional e local.
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Integrante do coletivo Leila Diniz, a arquiteta feminista Cláudia Gazola lembra que, além da pandemia, as pescadoras e maricultoras ainda foram afetadas diretamente pela tragédia resultante do derramamento de óleo:
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– Os municípios estão abandonados pela gestão local, o auxílio emergencial não chegou pra muita gente, as pescadoras e maricultoras não conseguem vender o pescado e produtos feitos com algas e ainda sofrem com as consequências do derramamento do petróleo”, disse.
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Em virtude de serem movimentos autônomos, e não possuírem identidade jurídica, como o CNPJ, a poupança bancária para as doações solidárias on-line, foi cedida por uma ativista integrante do Motim Feminista. Para contribuir