HOME

Home

Feminismo e ovação a Rita Pavone marcam abertura de Sanremo

Saiu no site UOL NOTÍCIAS

 

Veja publicação no site original:  Feminismo e ovação a Rita Pavone marcam abertura de Sanremo

.

SANREMO, 04 FEV (ANSA) – A performance da cantora Rita Pavone foi um dos destaques da noite de abertura do Festival de Sanremo, principal competição musical da Itália e que acontece até 8 de fevereiro.

.
Ausente do concurso desde 1972, a estrela de 74 anos levantou o público no Teatro Ariston com a canção “Niente (Resilienza 74)”, mostrando que sua energia no palco não tem idade. Ao fim da exibição, Pavone foi ovacionada pela plateia, onde algumas pessoas também não seguravam as lágrimas.

.

A veterana cantora está atrás de seu primeiro título em Sanremo e compete com outros 23 artistas, incluindo Achille Lauro, Francesco Gabbani e a também experiente Tosca.

.
Outro destaque da noite foi Tiziano Ferro, que participa como convidado e fez releituras emotivas de “Nel blu dipinto di blu”, de Domenico Modugno, e “Almeno tu nell’universo”, de Mia Martini.

.

Feminismo – A abertura do Festival de Sanremo foi encerrada com um impactante monólogo da jornalista e escritora ítalo-palestina Rula Jebreal, cuja participação era uma das mais aguardadas neste ano.

.

Ainda em dezembro, a notícia de que Jebreal seria convidada para uma das noites do festival suscitara críticas na extrema direita italiana, que já antevia um discurso sobre sexismo e machismo. E a jornalista não decepcionou seus apoiadores nem seus críticos, levando a bandeira do feminismo ao palco do Teatro Ariston.

.

O discurso começou com uma citação de perguntas feitas em um tribunal italiano a duas garotas que haviam sido estupradas, como “Você usava roupas íntimas naquela noite?” ou “Você acha sexy homens que usam jeans?”.

.

“Perguntas insinuantes e que escondem uma verdade amarga, cruel: nós, mulheres, nunca somos inocentes. Nós não o somos porque denunciamos muito tarde, porque denunciamos muito cedo, porque somos muito bonitas ou muita feias, porque éramos muito desinibidas”, disse.

.

Nascida em Haifa, Israel, de uma mãe de origem nigeriana, Jebreal chegou à Itália com cerca de 20 anos, para estudar fisioterapia na Universidade de Bolonha, mas acabou seguindo a carreira jornalística.

.

“Na Itália, este magnífico país que me acolheu, os números são implacáveis: a cada três dias uma mulher é morta. E em 85% dos casos o assassino não precisa bater na porta por um motivo simples: ele tem as chaves da casa”, acrescentou.

.

Jebreal contou a história de sua mãe, Nadia, que se suicidou quando ela tinha cinco anos. “Minha mãe foi estuprada e brutalizada duas vezes: aos 13 anos, por um homem, e depois pelo sistema, que a forçou ao silêncio, que não a permitiu denunciar.

.

As feridas sangram ainda mais quando não acreditam. O homem que a violentou por anos, cuja lembrança inapagável estava com ela enquanto as chamas consumiam seu corpo, tinha as chaves da casa”, afirmou.

.

Em seguida, ela se dirigiu diretamente aos homens: “Deixem-nos livres para ser o que quisermos, mãe de 10 filhos ou mãe de ninguém, donas de casa ou seguir carreira, santas ou putas, deixem-nos fazer o que quisermos com nosso corpo e se rebelem junto a nós quando alguém nos diz o que devemos fazer. Sejam nossos cúmplices”.

.

“Não devemos mais ter medo. Nós, mulheres, queremos ser livres no espaço e no tempo, ser silêncio e barulho. Queremos ser justamente isso, música”, concluiu a jornalista, enquanto as câmeras filmavam sua filha emocionada na plateia. (ANSA)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

Veja também

HOME