Saiu no site CBN
Veja publicação no site original: Feminicídio é imoral e animalesco
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Por Gilson Aguiar
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A violência contra a mulher cresce de forma absurda no Brasil. Segundo dados do DataFolha, o crescimento nos últimos 10 anos foi de 93% em dez anos. Temos que considerar que aumentaram as denúncias. Porém, a agressão é costumeira e cotidiana. Entre os que concluíram o Ensino Médio a agressão é maior, mas denunciada.
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Temos que considerar que a violência cresce em todas as classes. Mesmo entre os mais ricos onde a percepção de violência teve um aumento menor, ela existe. Os que têm mais renda acabam sendo pouco denunciados por agressão. A dependência financeira e as consequências de uma denúncia fazem com que o agressor saia ileso.
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O feminicídio cresceu 21% entre 2018 e 2019, o feminicídio 21%. O que impressiona segundo dados do DataFolha é que apenas 22% das mulheres denunciam a agressão. Lembrando que 25% das mulheres afirmar sofrer agressão. A violência não é só uma questão física, parte considerável da agressão é moral.
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Como conter a violência contra a mulher? A primeira coisa a se fazer é entender que o culto ao “machismo” começa em casa. A naturalização da superioridade masculina não é só a tradição, mas o impulsionamento da possessividade que ganha força. O agressor pode argumentar o amor como motivo, o ciúme. Mas a possessividade é alimentada pela lógica cotidiana do uso do outro como uma extensão da posse. Ele se sente “dono” dela.
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O imbecil de “cabeça fraca”, quando aguçado pelos seus pares, se considera na obrigação de reagir de forma agressiva para submeter a mulher. Estimulado por modelos de violência e alimentado pela lógica do “macho alfa”.
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O homem contemporâneo não sustenta sua família como seu avô fez. Não representa a manutenção da tradição de ser o provedor e garantir a sobrevivência daqueles que ele tem sob seus cuidados na família. O macho imbecilizado contemporâneo tem a mulher como provedora. Ela ajuda ou paga as contas, não é sustentada.
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Não estamos mais em tempos de submissão. A conquista da independência feminina é uma realidade e isso deve ser considerado. Acabou a supremacia masculina. Os machos tem agora a oportunidade de serem homens e avançarem sobre espaços novos, alguns considerados antes exclusivamente femininos.
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Homens devem se emancipar da dependência da mulher na mesma proporção que elas deles. Devem administrar suas vidas, arrumar suas camas, lavar a louça, roupa, levar filhos à escola e ao médico, cuidar da educação da prole, ser dono de sua casa. Não precisar de uma “segunda mãe” quando se casa. E, por fim, tanto quanto ela, ter alguém a sua altura.
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