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Thamyris, que cursa o sexto período de engenharia civil, conta que a ideia surgiu por conta de uma necessidade pessoal durante esse processo, que até a deixou careca por conta dos danos capilares sofridos.
“Durante a quarentena, com mais atenção na minha transição, cheguei a uma conclusão: por que não inventam um equipamento que ajude a mulher a passar por isso sem ter a necessidade de cortar o cabelo?”, questionou-se.
Eureca! Assim nascia a ideia do Ecocachos, que proporciona uma mudança gradativa, eliminando a necessidade do big chop, o grande corte feito para eliminar as partes do cabelo que ficam sem forma por conta da química que se pretende eliminar.
O projeto foi desenvolvido também em um software 3D e agora está em fase de prototipagem
ARQUIVO PESSOAL
Depois de fazer alguns testes por conta própria em casa, ela idealizou como o protótipo deveria ser e passou a buscar empresas que pudessem desenvolver o aparelho. Em julho de 2020, ela entrou em contato com a Fluxo, uma empresa júnior da Coordenação de Engenharia Mecânica da UFRJ e, durante 116 dias, o estudo foi desenvolvido com reuniões online para acertar todos os detalhes do processo.
“A gente só vê número no quadro e sabe como resolver, então essa é uma oportunidade muito importante de aplicar o que vemos no dia a dia. Na parte de simulação, a maior preocupação foi não exceder a temperatura de 80°C, que é justamente o que danifica o cabelo e estraga a estrutura do fio”, explicou Carolina.
“Essa é uma das diferenças do Ecocachos, que não agride o cabelo e dá a liberdade de fazer os cachos do jeito que se espera mesmo durante a transição, sem ter medo do dia seguinte”, completa Thamyris.
O projeto é dividido em duas etapas, sendo a primeira de engenharia reversa para ver se de fato é possível tirar a ideia do papel; e a segunda, o pós-projeto, é a prototipagem com base no modelo que foi criado em 3D, onde são feitos os testes do aparelho, cujo término está previsto para o próximo mês.
No entanto, a empreitada ainda tem chão pela frente, pois é necessário obter certificação do INMETRO, além de buscar fornecedores e investidores para fazer a comercialização em grande escala.
“A minha intenção é colocar no mercado um produto que mulheres de todas as classes sociais consigam ter acesso. Não é só uma questão financeira, é muito mais social”, frisa Thamyris, consciente da necessidade e do desafio que sua missão representa.