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Veja publicação original: Estereótipos e discriminação impedem meninas de realizar seu potencial, diz ONU em dia mundial
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Discriminação sistemática, falta de oportunidades de aprendizado e estereótipos sobre o que os meninas devem fazer com seu futuro e sua carreira são algumas das barreiras que impedem as jovens mulheres de alcançar uma vida plena.
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A avaliação é do secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu o fim das desigualdades de gênero nesta quinta-feira (11), Dia Internacional das Meninas.
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Também por ocasião da data, a chefe do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA), Natalia Kanem, alertou que “o casamento infantil e a gravidez na adolescência forçam milhões de meninas a abandonar a escola”.
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Discriminação sistemática, falta de oportunidades de aprendizado e estereótipos sobre o que os meninas devem fazer com seu futuro e sua carreira são algumas das barreiras que impedem as jovens mulheres de alcançar uma vida plena. A avaliação é do secretário-geral da ONU, António Guterres, que pediu o fim das desigualdades de gênero nesta quinta-feira (11), Dia Internacional das Meninas.
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“Estereótipos de gênero negativos, associados à educação das meninas nas áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática começam logo na escola primária e têm o efeito devastador de fazê-las duvidar do seu próprio potencial”, afirmou o chefe das Nações Unidas.
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De acordo com o dirigente, existem 600 milhões de adolescentes mulheres no mundo hoje. Nessa faixa etária, elas começam a se preparar para entrar no mercado de trabalho, que está em constante transformação por causa de inovações tecnológicas e digitais.
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Atualmente, as mulheres representam apenas 30% de todos os profissionais formados em tecnologia da informação e comunicação. No mundo, as trabalhadoras ocupam menos de 30% das vagas de pesquisa e desenvolvimento.
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“Embora o número de meninas que frequentam a escola seja o mais alto (de toda a história), muitas (delas) ainda não estão aprendendo as habilidades necessárias para o sucesso ao longo da vida. Além disso, estima-se que daqui a cinco anos, mais de um terço das competências consideradas importantes para a mão de obra de hoje terão mudado”, acrescentou Guterres.
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“Precisamos equipar as meninas com habilidades transferíveis e duradouras, com criatividade e consciência digital. Ter exemplos (de mulheres) também será crítico, especialmente nas ciências e em outros campos onde a presença das mulheres é escassa.”
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O secretário-geral concluiu sua mensagem com um apelo para que países se comprometam com a igualdade de gênero desde cedo, permitindo a toda menina no futuro entrar no mercado de trabalho em pé de igualdade com os meninos.
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Decisões sobre o próprio corpo
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Também por ocasião do dia internacional, a diretora-executiva do Fundo de População da ONU (UNFPA), Natalia Kanem, alertou que “o casamento infantil e a gravidez na adolescência forçam milhões de meninas a abandonar a escola”.
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“Leis prejudiciais e normas sociais restringem o conhecimento e a autonomia das meninas sobre seus próprios corpos. A discriminação de gênero arraigada pode lançar as bases para uma vida inteira de oportunidades perdidas”, afirmou a dirigente.
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Kanem lembrou a trajetória da jovem moçambicana Tocosana Jacinto, de 14 anos, que participa de um programa do governo local em parceria com o UNFPA. Segundo a dirigente da agência a ONU, a adolescente se tornou um exemplo para as meninas de sua comunidade, muitas das quais já são mães. Na visão da jovem, “as vozes das meninas e das mulheres foram caladas, nós não as ouvimos”. Tocosana espera transformar esse cenário e garantir uma vida próspera e saudável para as mulheres de Moçambique.
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“Apoiar as meninas é acima de tudo uma questão de respeitar seus direitos de crescer, florescer e fazer suas próprias escolhas para o futuro”, completou Kanem.
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“É também um caminho para o progresso econômico e social de todas e todos nós. Para competir em uma economia global de rápida mudança, os países precisam assegurar que cada jovem que entre no mercado de trabalho tenha as habilidades e os conhecimentos necessários para ajudar as empresas e os países a prosperarem.”
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A chefe do UNFPA defendeu ainda o protagonismo das meninas em processos políticos e decisórios que dizem respeito às suas vidas. “Vamos ajudá-las a exercer seus direitos e tornar reais as suas aspirações. Vamos investir em sua saúde e educação, investir em suas habilidades e liderança e então vamos sair do caminho delas e deixá-las liderar.”
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A diretora-geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), Audrey Azoulay, disse nesta quinta-feira que “a educação das meninas precisa ser uma das nossas prioridades porque, em grande medida, a paz e a prosperidade do nosso mundo dependem disso”.
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“Uma consciência coletiva está em ascensão para garantir que o direito à educação de qualidade para todas as meninas se torne uma realidade”, acrescentou Azoulay.
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Especialistas denunciam cultura patriarcal
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Um grupo de especialistas de direitos humanos da ONU alertou que “muitos dos desafios enfrentados pelas meninas estão enraizados em percepções ultrapassadas e prejudiciais sobre papéis de gênero e sobre o que é o comportamento ‘apropriado’ para jovens mulheres, influenciados fortemente pela cultural patriarcal”.
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“Muito frequentemente, Estados utilizam equivocadamente referências à cultura, religião, família e tradição a fim de evitar cumprir suas obrigações de direitos humanos com as meninas”, afirmaram os analistas independentes.
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Os relatores lembraram que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas (ODS), adotados por 193 países em 2015, preveem o empoderamento das mulheres e meninas, bem como o fim da violência e da discriminação baseada em gênero. “Contudo, esses compromissos continuam não sendo cumpridos, e há perigo de uma regressão, o que deixaria muitas meninas para trás.”
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Segundo a declaração conjunta, uma em cada cinco adolescentes mulheres está fora da escola. “Muito frequentemente, o casamento forçado ou precoce ou a gravidez precoce é uma barreira para a escolarização das meninas. As meninas têm de ter acesso pleno à educação de qualidade, incluindo a uma educação abrangente sobre sexualidade e a informações e serviços de contracepção”, disse a declaração conjunta.
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As meninas têm de ter acesso pleno
à educação de qualidade,
incluindo a uma educação
abrangente sobre sexualidade
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“Em todo o mundo, meninas têm a igualdade negada na educação, na saúde, na vida cultural, em suas famílias e comunidades, de maneiras que limitam suas escolhas e oportunidades. De acordo com o UNICEF (o Fundo das Nações Unidas para a Infância), as meninas têm taxas menores de alfabetização, recebem menos cuidados médicos e são mais pobres que os meninos”, acrescentou o comunicado.
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Na avaliação dos especialistas, em muitos países, espera-se que as meninas façam mais tarefas domésticas que os meninos ou cuidem de seus parentes, mas sem serem remuneradas por esse tipo de trabalho. Meninas também são levadas a trabalhar fora de casa precocemente, para apoiar suas famílias.
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Segundo a declaração, “países demais em todo o mundo mantêm leis que discriminam as meninas em questões como herança e idade legal de casamento”. Ao mesmo tempo, “muitas famílias e comunidades persistem em práticas prejudiciais, como o casamento infantil, a reclusão menstrual (quando as jovens são mantidas afastadas durante o período menstrual) e a mutilação genital feminina”.
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“Em todas as partes do mundo, as meninas ainda são muito frequentemente sujeitadas à violência de gênero e podem se tornar vítimas de tráfico e exploração sexuais, como acontece em casos de casamento forçado, escravidão sexual, prostituição e gravidez forçada”, ressaltaram os relatores.
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Os especialistas defenderam que países devem considerar as meninas como “agentes” e garantir sua participação ativa na busca e implementação de soluções para todos esses problemas.
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“As meninas enfrentam uma dupla discriminação que busca silenciá-las e retratá-las como fracas e impotentes, mas as meninas em todo o mundo são fortes, corajosas, inteligentes e capazes. Temos de ouvir o que elas têm a dizer, lhes dar oportunidades para ter sucesso e temos de respeitar, proteger e realizar seus direitos humanos”, concluiu a declaração.
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O comunicado foi assinado pela relatora especial no campo dos direitos culturais, Karima Bennoune; pelo relator especial sobre o direito à educação, Koumbou Barry; pelo relator especial sobre o direito à saúde física e mental, Dainius Pūras; pelo relator especial sobre extrema pobreza e direitos humanos, Philip Alston; pela relatora especial sobre comércio e exploração sexuais de crianças, Maud De Boer-Buquicchio; pela relatora especial sobre formas contemporâneas de escravidão, incluindo suas causas e consequências, Urmila Bhoola; pela relatora especial sobre tráfico de pessoas, em especial mulheres e crianças, Maria Giammarinaro; pela relatora especial sobre violência contra as mulheres, suas causas e consequências, Dubravka Šimonović; e pelo Grupo de Trabalho sobre a Questão da Discriminação contra as Mulheres na Lei e na Prática, formado por Elizabeth Broderick, Alda Facio, Ivana RadačIć (presidenta do organismo), Meskerem Techane (vice-presidenta) e Melissa Upreti.
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