Saiu no site G1:
Uma série de vitórias inesperadas garantiu a Donald Trump a eleição à presidência dos Estados Unidos na votação desta terça-feira (8). Ele conquistou, por exemplo, os três estados onde as pesquisas mostravam maior indefinição e cinco dos “swing states”, aqueles sem tradição histórica de pender para nenhum dos partidos.
O site Real Clear Politics apontava que, entre os cinco “swing states”, um deles até pendia para Hillary. Enquanto Wisconsin indicava que poderia dar a vitória à democrata, o resultado em Iowa, Ohio, Pensilvânia e Flórida era imprevisível. Todos esses estados decisivos apontaram Trump como ganhador.
Ao vencer em Wisconsin, Trump somou 276 votos no colégio eleitoral, seis a mais do que o necessário para ser declarado vencedor. Depois disso, não bastou que Hillary vencesse na Califórina, o estado norte-americano mais representativo com 55 delegados, para alcançar o republicano.
Além de desbancar Hillary em um estado que pendia para ela, Trump conquistou a Flórida, onde a democrata chegou a liderar por uma pequena margem durante grande parte da apuração — em suas duas eleições presidenciais, Obama ganhou lá.
Segundo análise do jornal “New York Times”, apesar de a grande maioria do eleitorado latino da Flórida ter votado em Hillary, o número de votos de eleitores brancos e com maior renda foi suficiente para que Trump vencesse.
Ele venceu ainda em Ohio, onde tinha uma margem muito pequena de vantagem e corria o risco de sofrer uma virada.
Ainda segundo análise do NYT, a derrota de Hillary pode ser explicada por sua incapacidade de abrir margem confortável no Sudeste do país. Por isso, a democrata passou a dar maior peso a regiões onde Trump era mais forte, como os estados conservadores do Sul e do Meio-Oeste.
Além disso, a ampla vantagem de Hillary na votação antecipada em diversos estados criou uma falsa impressão de “já ganhou” e de que isso se repetiria na votação desta terça.
Pesquisas
Apesar de sofrer uma queda na última semana de campanha, principalmente após a revelação de que o FBI estava analisando mais de seus e-mails, Hillary ainda chegou à eleição como favorita, tendo uma média de 4 pontos de vantagem nas principais pesquisas.
Na segunda-feira, o site Real Clear Politics listava oito pesquisas em que os eleitores não consideraram outros candidatos além de Hillary e Trump e o republicano aparecia na frente em apenas uma, do LA Times/USC Tracking. Nas outras sete, a democrata liderava por uma margem que ia de 1 ponto (IBD/TIPP Tracking) a 7 pontos (NBC News/SM).
O site Huffington Post calculou a média entre 375 pesquisas de 43 fontes e atribuiu, também na véspera da votação, 47,5% para a democrata e 42,3% ao republicano.
Além disso, uma pesquisa Reuters/Ipsos projetou que ela tinha 90% de chances de vencer, e o “NYT” anunciou que a taxa era de 84%. Um dos sites que davam maiores chances a Trump era o FiveThirtyEight, com apenas 27%.
Mas esses números passaram a mudar assim que alguns estados encerraram suas votações e os primeiros resultados começaram a ser anunciados.
Por volta das 23h30 (horário de Brasília), Hillary Clinton publicou no Twitter uma foto na qual abraça uma jovem, com a mensagem: “Essa equipe tem muito do que se orgulhar. Independentemente do que acontecer nesta noite, obrigada por tudo”.
Às 0h30, o NYT passou a apontar uma virada, atribuindo a Trump 55% de chances de vitória. A partir desse horário a porcentagem foi aumentando, até estabilizar em “mais de 95%”.