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Especialistas debatem as causas do baixo número de mulheres nas empresas de tecnologia

Saiu no site DIÁRIO CATARINENSE

 

Veja publicação original: Especialistas debatem as causas do baixo número de mulheres nas empresas de tecnologia

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A importância da inclusão feminina no setor de tecnologia foi o tema do webinar do projeto Gestão de Valor realizado na tarde desta quarta-feira. Mediado por Ânderson Silva, colunista do Diário Catarinense, o encontro online teve três especialistas que falaram sobre as causas da baixa inserção de mulheres no ecossistema de startups, a importância de incentivar a formação das jovens e a necessidade de políticas públicas para quebrar esse paradigma. Outro encontro, sobre gestão de negócios, está programado para quinta-feira.

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Sócia e CEO da Automatisa Laser Solutions, Joana de Jesus afirma que o volume de candidatas interessadas em vagas no setor de tecnologia aumentou nos últimos anos. Ela relata que está ocorrendo uma transformação natural no perfil de funcionários da empresa onde atua, com a contratação gradativa de mais mulheres. E a causa da mudança não foi a criação de políticas internas, mas sim a maior qualificação do público feminino.

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— As mulheres ainda aparecem em menor número nas entrevistas, principalmente em cargos técnicos, mas chegam muito bem preparadas, com boas notas na graduação e algumas até engatando uma pós. Então, sem preferência por gênero, vamos acabar escolhendo elas pela qualificação. Talvez por estarem em menor número nesse mercado, elas buscam se preparar mais do que a média — analisa a empresária.

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Jamile Sabatini Marques, presidente da Câmara de Tecnologia e Inovação da Fecomércio em SC e doutora em engenharia do conhecimento pela UFSC, acredita que o baixo número de  mulheres nas empresas de tecnologia é resultado do pouco interesse delas por esse mercado. Ela justifica que não há incentivo para que as meninas, ainda na infância, tenham interesse e queiram estudar nas áreas de tecnologia e engenharia, o que pode causar um problema econômico no futuro.

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— O número de mulheres em grandes empresas de tecnologia, como Facebook, Amazon, Netflix e Google, não passa de 15%, mesmo com ambiente favorável e incentivo para contratação. No Brasil, a mulher representa mais de 50% da força de trabalho, algo que não se reflete nesse mercado. E isso pode se tornar um problema econômico no futuro, com o crescimento de um setor que tem boa remuneração e há pouca inserção de mulheres. É um caso para criação de políticas públicas — considera a doutora.

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Já Betina Giehl Zanetti Ramos, diretora técnica e co-fundadora da Nanovetores Tecnologia S.A, vive realidade um pouco distinta. A doutora em Química pela UFSC trabalha com  nanotecnologia e acredita que, por ser tema de estudos há alguns anos, o mercado já tem considerável representatividade feminina — algo que pode ser ampliado nos próximos anos.

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— Há presença maior de mulheres nos doutorados, mestrados e até nos cursos de graduação estudando nanotecnologia. Isso cria uma oportunidade gigantesca para a inclusão feminina em um setor que tende a crescer nos próximos anos — afirma a especialista.

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Futuro profissional depende de incentivo às crianças

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A importância de incentivar o interesse das mulheres por tecnologia desde a infância, trabalhando na formação e encaminhando elas para a área, foi um ponto muito citado durante o encontro. Joana de Jesus conta que acompanhou um estudo que relevou a vontade de muitas mulheres em seguir os padrões vigente há algumas décadas atrás: casar, ter filhos, manter dependência financeira e não valorizar a carreira profissional.

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A empresária afirma que esse é um fator decisivo para que muitas desistam de cursos de formação e até de empregos, seja por influência do companheiro ou por comodismo quanto ao seu futuro. Para Joana de Jesus, o pensamento afasta as mulheres dessa área, já que a tecnologia representa o novo, de forma que esse paradigma teve progresso mas ainda precisa ser aprimorado.

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Quem segue a mesma linha de pensamento é Betina Giehl Zanetti Ramos. Ela destaca que muitas mulheres sentem-se responsáveis por situações como cuidar do filho ou encarregar-se pelos trabalhos de casa, historicamente ligados ao gênero feminino. Dessa forma, é necessário que os homens também cumpram o papel doméstico para que a mulher possa se dedicar mais à questão profissional.

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Perguntada se casos de machismo estariam afastando as mulheres do setor de tecnologia, Jamile Sabatini Marques alegou que há uma mudança de comportamento entre as gerações. Ela admite que já presenciou situações envolvendo homens mais velhos, mas que com jovens não há esse problema, destacando que as meninas que estão entrando no mercado de trabalho não devem enfrentar situações que passou.

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Veja as frases de encerramento de cada uma das convidadas:

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“Nós temos que reconhecer que somos capazes para que outras mulheres se sintam confiantes para exercer seus trabalhos, sejam na área de tecnologia ou não”, Betina Giehl Zanetti Ramos.

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“O tema é muito relevante e precisa ser debatido, tanto que a Feromércio tem trazido debates e palestras para aflorar essas questões na sociedade”, Jamile Sabatini Marques.

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“Essa é uma iniciativa que tem muito valor, mas ainda há trabalho a ser feito. As mulheres precisam olhar pra si e ver que podem fazer aquilo que desejam”, Joana de Jesus.

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Quinta terá encontro sobre gestão de negócios

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Quem pensa em começar um novo negócio ou quer entender mais sobre gestão, pode acompanhar outro webinar do Gestão de Valor na quinta-feira, também às 16h. Os participantes serão o CEO da Infravias, Aloisio Pereira, o Founder da Escola do Financeiro, Rodrigo Ventura, e o Founder da Geekhunter, Tomás Ferrari. Entre os temas abordados na conversa estão os caminhos para conectar uma ideia com o mercado, explicar como prospectar negócios com grandes empresas e compartilhar experiência sobre gestão financeira.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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