HOME

Home

Empresária muda estratégia e vai de 17 para 1400 vendas de tecidos africanos em 1 ano

Saiu na REVISTA MARIE CLAIRIE

Veja a Publicação Original

A designer Toalá, de 30 anos, se orgulha de seu empreendimento, a Casa das Kapulanas, marca têxtil expecializada em tecidos africanos. Nascida em 2016, a empresa sustentava-se de forma praticamente analógica e informal, com Toalá fazendo entregas pessoalmente pelos metrôs de São Paulo e expondo as peças em feiras presenciais. Em quatro anos de existência, a marca tinha feito 17 vendas pelo site e, com a pandemia do novo coronavírus, a designer chegou a um impasse: como criar uma empresa 100% digital sozinha? A resposta para essa pergunta você encontra abaixo.

Com a interrupção dos eventos e a necessidade de se reinventar, Toalá resolveu “encarar o Google”, como ela mesma diz. E, para sua surpresa, o que aconteceu não foi apenas um ajuste na forma de vender, mas sim um crescimento exponencial, que acabou ajudando a empreendedora a se profissionalizar.

“Na primeira campanha digital feita em março de 2020, consegui vender um produto que estava há anos parado no estoque. Deu um clique, sabe? Vi que aquilo ia dar certo e me dediquei”, lembra. Nos meses seguintes, Toalá fez ajustes nas campanhas e passou a investir mensalmente e, agora, ela recebe em média 160 pedidos por mês. No último ano, ela vendeu nada menos que 1.400 peças.

A capulana é muito mais que um tecido com belas estampas coloridas. O tecido representa diversas culturas do continente africano, sendo considerado patrimônio cultural em Moçambique. Angola, Zâmbia e Namíbia são alguns dos outros países que também usam o tradicional tecido. A Casa das Kapulanas tem Angola como principal país fornecedor, embora também importe tecidos de Moçambique e da África do Sul.

Casa das Kapulanas (Foto: Reprodução: Instagram)
Casa das Kapulanas (Foto: Reprodução: Instagram)

O aumento nas vendas incentivou a empresária a investir na gestão do negócio. “Até então, eu não tinha o controle de quanto gastava, quanto vendia e quanto lucrava. Foi depois desse crescimento na procura que, em setembro do ano passado, passei a organizar melhor a empresa”, conta. Ela, que possui MBA em gestão de negócios, contou que nunca havia voltado o olhar para o digital antes da pandemia – mas agora é seu maior motivador. “Brinco que existem duas Casas das Kapulanas. Uma antes de 2020 e outra do ano passado para cá”, conta.

A gerente de negócios do Google Brasil, Fernanda Dória, cita que a empresa tem uma preocupação com pequenos empreendedores e tem investido na capacitação de mulheres que queiram aprender a usar as plataformas da gigante da tecnologia.

Ela destaca o “Cresça com o Google”, uma agenda de treinamentos gratuitos para desenvolver habilidades profissionais com as ferramentas da empresa. “Vemos o empreendedorismo feminino como um pilar da sociedade e precisamos entender o papel das mulheres na economia. Por isso fizemos duas versões focadas nas mulheres. Uma sessão especial para mulheres negras e uma para mulheres maduras. Além das ferramentas, vemos a necessidade de ajudar empreendedoras mulheres a darem os primeiros passos nessa jornada”, exemplifica.

Toalá pontua três dicas que ela considera essenciais para seu sucesso: organização, criar uma rotina e entender o Google Analytics, com o qual ela analisa cada detalhe do comportamento de seus consumidores. “Preciso entender quem está entrando no meu site, qual é a faixa etária, o dia mais quente, qual produto sai mais, quantas vezes a pessoa entra no site antes de comprar”, explica.

Casa das Kapulanas (Foto: Reprodução: Instagram)
Casa das Kapulanas (Foto: Reprodução: Instagram)

Mais do que conseguir vencer barreiras impostas pela pandemia, a popularidade da marca toca em pontos pessoais. As capulanas são uma forma de conexão com sua ancestralidade. Filha de um angolano, ela conta que teve dificuldades em se relacionar com o pai durante a juventude depois da separação dos pais. Já mais velha, ela passou a viajar para Angola como forma de se aproximar dele e da família.

Além de roupas, moda casa, bolsas e mochilas, as peças também são usadas como presentes. Em eventos importantes, como casamentos e aniversários, é tradicional presentear com um pedaço do tecido. Toalá lembra quando uma cliente entrou em contato justamente para encomendar uma capulana de presente para as madrinhas de seu casamento. “É isso! Eu zerei o jogo”, comemora.

“Culturalmente falando, quando você vai casar em Angola, uma das obrigações é você comprar o tecido mais caro e dar uma quantidade desse tecido para a família da noiva. Nasceu alguém, vai visitar o bebê… Leva um pedaço de tecido. As mulheres costumam ter um baú de tecidos e falam ‘esse foi do meu casamento, esse daqui foi do aniversário de um ano’. Eu tenho a capulana do aniversário de um ano do meu filho. Seria algo como as nossas flores aqui. Ao invés de levar flores, te levam um tecido africano”, conta.

Leia a Publicação Original

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Compartilhe

Compartilhar no facebook
Facebook
Compartilhar no twitter
Twitter
Compartilhar no linkedin
LinkedIn

Veja também

HOME