Saiu no site G1:
Veja publicação original: Em visita a RR, chefe de agência da ONU cita violações de direitos e cobra políticas de integração para os venezuelanos
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Por Emily Costa
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Segundo Jaime Nadal, representante da UNFPA no Brasil, autoridades têm conhecimento de casos de violações de direitos humanos de crianças e mulheres venezuelanas em Roraima.
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O representante do Fundo de População das Nações Unidas (UNFPA) no Brasil Jaime Nadal disse nesta quinta-feira (5), em Boa Vista, que o país precisa desenvolver políticas de integração dos imigrantes venezuelanos.
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Nadal participa nesta quinta de um seminário sobre migração, refúgio e violência de gênero. O evento acontece em Boa Vista e reúne representantes da ONU Mulheres, governo federal e autoridades locais com o intuito de debater formas de garantir os direitos das mulheres e da população LGBTI.
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Segundo ele, os governos têm tentado lidar com a imigração venezuelana para o Brasil, mas precisam desenvolver políticas públicas que, de fato, integrem os imigrantes à sociedade.
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“Agora, estamos em uma situação de resposta humanitária, de resposta a uma crise. Ainda não foi feita essa transição para um olhar de desenvolvimento, de integração plena dessas pessoas”, pontuou, acrescentando que o processo de interiorização – que consiste em levar venezuelanos para outros estados do Brasil – é parte disso. “Mas temos que enxergar o todo e ainda falta um percurso para ser feito”.
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Desde fevereiro, a Força Tarefa Logística e Humanitária, criada pelo presidente Michel Temer (MBD), é a principal responsável por lidar com o fluxo de imigrantes cruzando a fronteira de Roraima.
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Os militares que executam operação, chamada de ‘Acolhida’, atuam nos nove abrigos públicos do estado, na fronteira, e também no processo de interiozação. Até agora, quase 700 venezuelanos foram enviados a São Paulo, Manaus, Pernambuco, Paraíba, Cuiabá e Rio de Janeiro em aviões da FAB.
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Nadal citou também que a UNFPA já tomou conhecimento de casos de violação de direitos humanos de imigrantes venezuelanos em Roraima.
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Entre eles, o represente citou a existência de crianças venezuelanas sem estudar e estrangeiras em situação extrema de vulnerabilidade, incluindo casos de venezuelanas sendo vítimas de exploração sexual.
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Em 2016, nove imigrantes foram encontradas vivendo em cárcere privado e contaram que eram obrigadas a trocar sexo por comida.
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“Isso é conhecido pelas autoridades públicas e existe, junto com o sistema da ONU, um trabalho para tentar resolver essa situação”, declarou Nadal.
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Desde 2015, Roraima enfrenta o desafio de receber um número crescente de imigrantes que fogem do regime de Nicolás Maduro em razão da crise de desabastecimento, remédios e a hiperinflação que corrói a economia do país. Em um levantamento recente, a prefeitura de Boa Vista apontou que só na capital há 25 mil venezuelanos.
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