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Em Belém, caminhada pede o fim da violência contra as mulheres negras

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Macha Mulheres Negras

A batida firme dos tambores tocados durante a II Marcha das Mulheres Negras ajudou a marcar o protesto contra a violência. Realizada ontem, em Belém, a caminhada, que saiu da escadinha do cais do porto, celebrou o Dia Internacional da Mulher Negra Latino-Americana e Caribenha e chamou a atenção para o aumento da violência contra as mulheres negras.

 

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O “Mapa da Violência 2015: Homicídios de Mulheres no Brasil”, realizado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), aponta aumento de 54,2% no total de assassinatos de mulheres negras no País. “A gente está exigindo o direito à vida. A mulher negra briga pelo básico, que é continuar viva e com qualidade porque historicamente esse direito foi negado ao negro”, afirma uma das organizadoras da marcha, a jornalista Flávia Ribeiro, 38 anos.

RACISMO

Ela aponta que as mulheres negras continuam sendo as que mais morrem nos partos, as que mais são vítimas de violência obstétrica e de violência doméstica. Deixando evidente que o racismo, infelizmente, ainda é muito presente na sociedade, a babá Eliane Ferreira dos Anjos, 22, lembra um episódio de racismo que sofreu há cerca de uma semana. “Sofri racismo por causa do meu cabelo e da minha cor”.

A marcha também pediu o fim da intolerância contra as religiões de origem afro. Moradora de Outeiro, a Mãe de Santo Patrícia de Iemanjá, 42, teve a casa invadida por um conhecido. “Ele só me ataca quando eu estou trabalhando. Ele invadiu a minha casa e tirou fotos dos meus fundamentos”. Para garantir o direito a praticar sua religião, Patrícia teve de buscar apoio da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Ministério Público. “Muitos Pais de Santo morrem porque ficam acuados. E eu tive de berrar para que nada parecido aconteça comigo”, afirma. (Com Redação)

 

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