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Em meio ao cenário de crise provocada pela pandemia do novo coronavírus, o assassinato de pessoas trans aumentou 70% no Brasil em comparação com o mesmo período de 2019. Dados estão em boletim divulgado pela Antra (Associação Nacional de Travestis e Transexuais) nesta segunda-feira (7).
Só nos primeiros 8 meses do ano, 129 pessoas trans foram assassinadas. Esse total de assassinatos registrados entre janeiro e agosto deste ano representa um salto quando comparado aos 76 registrados no mesmo período de 2019. Também supera o registrado nos 8 primeiros meses de 2018 (113) e 2017 (118).
Assim, o número de vítimas notificado até agosto deste ano já é superior aos 124 casos registrados ao longo de todo o ano de 2019.
Este é o quarto aumento consecutivo apresentado no monitoramento bimestral realizado pela entidade neste ano. Na comparação com o primeiro bimestre de 2019, o aumento de assassinatos foi de 90%, no segundo 48% e no terceiro apresentou aumento de 39%, conforme publicado em boletins anteriores.
Realizado em parceria com o IBTE (Instituto Brasileiro Trans de Educação), o estudo indica que o perfil das vítimas manteve a tendência já apontada nos boletins divulgados anteriormente: todas são mulheres trans ou travestis, de maioria negra ou parda.
A Antra alerta para o impacto da pandemia para as pessoas trans. Segundo a entidade, este é um “momento singular” que agrava “ainda mais as desigualdades já existentes”.
“A vida das pessoas trans, principalmente as travestis e mulheres transexuais trabalhadoras sexuais, que seguem exercendo seu trabalho nas ruas tem sido diretamente afetadas”, diz texto do relatório. “A maioria não conseguiu acesso às políticas emergenciais do Estado devido a precarização histórica de suas vidas e não possui outra opção a não ser continuar o trabalho nas ruas, se expondo ao vírus e consequentemente a violência transfóbica.”