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Nos últimos três anos, foram registrados 164.199 casos de violência sexual contra crianças ou adolescentes no país
Nos últimos três anos, foram registrados 164.199 casos de violência sexual contra crianças ou adolescentes no país entre 0 e 19 anos. Em 2023, os maiores alvos de estupro foram crianças entre 10 e 14 anos, com 30.695 vítimas, uma alta de 11,4% em relação a 2022, quando foram 26.609.
Na comparação com 2022, o número de vítimas de estupro em 2023 cresceu em todas as faixas etárias analisadas pelo estudo. No grupo de 0 a 4 anos, a estatística passou de 6.890 para 8.273 (mais 23,5%). Na faixa etária de 5 a 9 anos, o número subiu de 11.750 para 14.207 (mais 17,3%). De 15 a 19 anos, a quantidade de vítimas saltou de 8.657 para 9.805 (mais 8,4%).
As vítimas mais vulneráveis são do sexo feminino, que representam 87,3% dos casos nos últimos três anos.
Mortes violentas de crianças e adolescentes
Outro dado apresentado pelo relatório foi o de que 15.101 crianças e adolescentes de 0 a 19 anos morreram de forma violenta entre 2021 e 2023.
Segundo o estudo, 96% das crianças e adolescentes que sofreram mortes violentas tinham entre 15 e 19 anos, com 14.581 registros nesse período
Além disso, em 2023, assassinatos e homicídios de crianças até 9 anos cresceram 15,2% em relação a 2022, passando de 171 para 197. A publicação diz que isso mostra uma vulnerabilidade maior em crianças mais novas.
Segundo o relatório, de 2021 a 2023, 62,3% dos adolescentes entre 15 e 19 anos foram mortos em contexto de violência armada fora de casa. Com crianças de até 9 anos, 50% dos casos ocorreram dentro de casa a partir de violência doméstica.
Perfil das vítimas
A dinâmica racial no Brasil desempenhou grande impacto no número de assassinatos violentos de crianças e adolescentes, constatou a publicação. De 2021 a 2023, a maior parte das vítimas de mortes violentas no Brasil era negra (82,9%) e do sexo masculino (90%).
Os dados de 2023 indicaram, ainda, que a cada 100 mil habitantes de até 19 anos, do sexo masculino e negros, 18,2 foram mortos. Essa estatística é menor entre o mesmo perfil em pessoas brancas, registrando cerca de 4,1 mortes a cada 100 mil habitantes.
De acordo com o estudo, o risco relativo de um adolescente negro, do sexo masculino, ser assassinado no Brasil é 4,4 vezes superior à de um adolescente branco do sexo masculino.
*Sob supervisão de Alexandre de Paula