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Eleger mulheres e negros beneficia a todos, dizem participantes de audiência na CDH

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A eleição de mulheres e negros não beneficia apenas as minorias, mas a população como um todo, afirmaram os convidados da audiência pública da Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) nesta sexta-feira (29). A reunião, requerida pelo senador Paulo Paim (PT-RS), teve como objetivo discutir justiça social, representatividade e eleições 2018.

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— Muitas pessoas dizem: eu não votar nesse candidato porque ele só vai defender as questões dos negros. Se enganam. Quando o parlamentar negro faz uma lei é em benefício de todo o povo brasileiro — disse Paim.

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Nayara Costa, militante do Movimento de Mulheres do Instituto da Cidadania Maria Aniely, falou sobre a importância de se eleger candidatos preocupados com causas sociais.

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— É preciso que mulheres e homens negros estejam no Congresso para falar sobre economia, habitação, saúde. A desigualdade atinge toda a população, independente de ser branco, rico, negro ou pobre. Quanto mais pessoas estiverem na faixa de pobreza ou miséria, mais a violência vai aumentar, atingindo a todos — afirmou.

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Sistema Carcerário

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Para Mariana Rosa, presidente da Associação Humanizando Presídios, o sistema carcerário brasileiro é um retrato das desigualdades sociais sofridas por mulheres, negros e LGBTs no país.

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— Nos últimos anos, houve um aumento de 683% de mulheres encarceradas, sendo 64% mulheres negras. Essas mulheres não têm apoio da família e muitas vezes buscam em outras mulheres encarceradas um relacionamento afetivo. Além disso, 74% do sistema carcerário é constituído por negros. Desses negros, 80% são pobres — disse.

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Mariana afirmou que as políticas de governo priorizam a “higienização” das ruas, colocando moradores de rua e dependentes de crack nas penitenciárias. Segundo ela, presos que são usuários de drogas não têm atendimento psicológico eficaz no Brasil. Em Brasília, declarou, só existe um psicólogo para os 15 mil detentos.

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Eleições

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Lia Lopes, presidente da Ong Elas por Elas, disse que os candidatos precisam apresentar pautas sobre reparação histórica, garantia de direitos e democracia.

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— Não podemos negligenciar que nosso país tem uma dívida com os negros, mulheres e jovens. No último ano, as secretarias voltadas para as ações sociais se converteram em departamentos e foram desestruturadas. A garantia de diretos foi totalmente negligenciada. Além disso, a população brasileira precisa lutar pela democracia, pois processos de intervenção militar afetam negativamente os jovens negros — disse.

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Para Lia, o país só terá futuro se todos pensarem em desenvolvimento e redução das desigualdades sociais. Para que isso aconteça, disse, é preciso que haja uma mudança significativa nos Poderes Legislativo, Judiciário e Executivo.

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— Hoje, o povo brasileiro terá jovens, mulheres e negros se candidatando e representando a nossa história. É preciso se atentar a isso. Após o impeachment da presidente Dilma, surgiram vários movimentos capacitando essas minorias a entrarem na política — declarou.

 

 

 

 

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