Saiu no site REVISTA CLAUDIA:
Veja publicação original: Doreen Bogdan diz que tecnologia não tem gênero – ou não deveria
Por Thaís Varela
Chefe do Departamento de Planejamento Estratégico da UIT mostra como educação machista afeta introdução das mulheres na tecnologia
Doreen Bogdan participa do SDG Media Zone (Thaís Varela/CLAUDIA)
Inclusão feminina na tecnologia é um tema cada vez mais atual e que ainda demanda muitos esforços para podermos observar algum avanço – não só no mercado de trabalho da área, mas também no acesso às ferramentas. CLAUDIA está acompanhando em Washington, nos Estados Unidos, participando do SDG Media Zone, e mulheres na tecnologia foi um dos assuntos abordados na reunião.
O evento reúne políticos, imprensa e especialistas para debaterem juntos temas relacionados às metas de desenvolvimento sustentável propostas pela Organização das Nações Unidas (ONU) e acontece paralelo a Assembleia Geral.
Durante o painel, Doreen Bogdan, chefe do Departamento de Planejamento Estratégico da União Internacional de Telecomunicações (UIT), agência das Nações Unidas especializada em Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), levantou a bandeira de que a tecnologia não tem gênero – ou não deveria ter.
Uma pesquisa recente promovida pela ITU mostrou que a situação feminina na tecnologia é cada vez mais ultrapassada. Em média, 200 mil mulheres a menos do que homens possuem um celular, 250 mil mulheres a menos do que homens usam a internet e apenas 10% dos postos de trabalho no Vale do Silício são ocupados por mulheres.
Com resultados alarmantes, a pesquisa analisa também as causas desses número negativos. Estereótipos de gênero (padrões sociais como “meninas devem brincar de boneca enquanto meninos com o carrinho”), falta de autoestima, falta de conhecimento e informação e poucas oportunidades de trabalho foram as principais causas apontadas para o atraso da inclusão feminina na tecnologia.
“Mesmo que a mulheres tenham acesso à tecnologia, ela não tem todo o conhecimento necessário para aproveitar totalmente. É assustador pensarmos que apenas 6% dos aplicativos são criados por mulheres, precisamos mudar isso”, defende Doreen.
Para melhorar essa situação, ela acredita que quatro atitudes são necessárias: “Políticas públicas, planos, estratégias e investimento são algumas das ações essenciais para revertermos esse quadro e darmos oportunidades para as mulheres na tecnologia. Se conseguirmos proporcionar acesso igual à internetpara homens e mulheres, iremos atingir as metas para o desenvolvimento sustentável”.
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