Saiu no site O GLOBO:
Veja publicação original: Dicionário dos EUA elege ‘feminismo’ como a palavra do ano em 2017
Merriam-Webster considerou aumento da busca pelo termo e mobilização
Palavra ‘feminismo’ aparece em dicionário – Peter Morgan / AP
SPRINGFIELD, EUA — O dicionário americano Merriam-Webster elegeu “feminismo” como a palavra do ano em 2017. O lexicógrafo e editor-chefe da companhia, Peter Sokolowski, revelou à agência de notícias Associated Press nesta terça-feira que as buscas pelo termo cresceram 70% em relação a 2016 no site da empresa. Ele atribuiu ainda a escolha ao protagonismo do movimento em três eventos-chave nos últimos 12 meses.
Mulheres que ‘romperam silêncio’ são eleitas personalidades do ano
O grande pico se deu na Marcha das Mulheres, em janeiro, que acabou acompanhada por manifestações semelhantes em todo o mundo. O termo foi impulsionado também pelas declarações da chefe de campanha e atual conselheira de Donald Trump. “Eu não sou feminista”, frisou Kellyanne Conway, em frase que resultaria no aumento da circulação da palavra e sua definição. O presidente americano foi denunciado por assédio durante o pleito presidencial, o que tornou ainda mais central na vida pública o discurso feminista.
Dicionário desmente Trump sobre criação do termo ‘fake news’
Meses mais tarde, o movimento “Me Too” (Eu Também) ganharia visibilidade com o escândalo de assédio sexual do megaprodutor de Hollywood Harvey Weinstein. As acusações contra o magnata da indústria cinematográfica motivaram outras mulheres, artistas e anônimas, a relataram suas experiências de abuso. O movimento e as “mulheres que romperam o silêncio” foram eleitos, na semana passada, as “personalidades do ano” pela revista americana “Time”.
“A palavra feminismo está sendo usada de forma bem geral. Mas além das reivindicações, a palavra é usada de forma específica. O que significa ser feminista em 2017? Este tipo de questão, creio que é o que faz a gente recorrer ao dicionário”, destacou Sokolowski.
O “feminismo” estava há anos no top 10 anual do dicionário. Em 2015, o termo compartilhou o prêmio com uma lista de “ismos”: socialismo, fascismo, racismo, comunismo, capitalismo e terrorismo. No ano passada, a palavra eleita foi “surreal”.
A decisão do Merriam-Webster sucede ao anúncio do site Dictionary.com, que escolheu “cúmplice” como a palavra do ano. O dicionário revelou ainda que estavam na disputa pelo destaque de 2017 os termos “recusa”, “empatia”, “caquético”, “giroscópio”, “federalismo”, “furacão” e “gafe”.
Em outubro, a publicação desmentiu Trump após o presidente reivindicar para si a criação e a aplicação da expressão “fake news”. Na ocasião, o dicionário destacou que o termo já existia no século XIX.
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