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Dia Mundial do Rock: as influências femininas que ajudaram a consolidar o gênero

Saiu no site GAUCHAZH

 

Veja publicação original:   Dia Mundial do Rock: as influências femininas que ajudaram a consolidar o gênero

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Mulheres têm papel fundamental na construção do aclamado estilo musical

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Neste sábado (13), será comemorado o Dia Mundial do Rock. Muito associado à rebeldia e à agressividade masculina, o gênero também contou ao longo do tempo com muitas mulheres em diferentes épocas, da pioneira Sister Rosetta Tharpe à nova geração de meninas reveladas pelo Girls Rock Camp, projeto contemporâneo que teve edições em muitas partes do mundo, inclusive Porto Alegre. Em tributo à garra feminina que alimenta essa usina de força musical e comportamental empunhando guitarra e baixo, soltando a mão na bateria, dedilhando teclados e cantando ao microfone, passamos em revista um breve histórico dessa jornada.

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A cena gaúcha

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Robinson Estrásulas / Agencia RBS
Em 2015, a baterista Biba Meira criou o grupo de percussão As BatucasRobinson Estrásulas / Agencia RBS

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A baterista Biba Meira, 55 anos, começou a tocar profissionalmente em 1984. Na época, relembra, eram muitos músicos e produtores homens para uma quantidade tímida de mulheres no palco.

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– Eu meti minha cara nos anos 80. Tive banda de homens a minha vida inteira. Só duas de rock com mulheres e uma gaudéria – lembra Biba.

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Ela credita a pouca presença feminina no rock, naquela época, ao machismo e ao ambiente predominantemente masculino do meio.

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– Nunca tive medo e sempre me impus: sou baterista, quero ser baterista, estudo e tenho competência para estar nessas bandas. E na minha carreira sempre fui respeitada – destaca Biba, considerada uma das melhores bateristas do Brasil, que largou o curso do Direito para seguir a carreira.

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Da inquietação em querer ver mais mulheres em atividade na música, Biba criou em março de 2015 As Batucas – Orquestra Feminina de Bateria e Percussão.

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Julia Barth, 37 anos, vocalista dos Replicantes, uma das mais importantes formações do rock gaúcho, e integrante das bandas 3D e Cine Baltimore, está engajada em projetos de autonomia feminina na música.

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Em 2017, ela foi uma das responsáveis por realizar em Porto Alegre a primeira edição do Girls Rock Camp. O projeto que nasceu na cidade norte-americana de Portland, em 2001, é focado em meninas de sete a 17 anos. Ganhou versões em diferentes cidades dos EUA e do mundo – chegou ao Brasil em 2013, estreando em Sorocaba (SP).

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– Depois que participei do Girls Rock Camp Brasil, voltei com a meta de juntar as ilhas de mulheres separadas – revela Julia.

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Para ela, a iniciativa é muito mais do que unir mulher e música, pois as atividades promovem colaboração entre as intercambistas.

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– São meninas trabalhando juntas, não estão em um ambiente de competição – enfatiza.

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Em agosto, Julia e outras musicistas movimentam outro projeto de incentivo a mulheres na música que chega à Capital, o Mulheres Amplificadas Porto Alegre. Inspirado no Ladies Rock Camp Brasil, de São Paulo, e no Chicas Amplificadas, de Buenos Aires, o projeto ensina mulheres acima de 21 anos a tocar instrumentos, compor e apresentar uma canção. O curso ocorrerá de 15 a 18 de agosto. As inscrições custam de R$ 150 a R$ 250 e podem ser realizadas pelo link bit.ly/rockamplifica.

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As pioneiras 

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Reprodução / Reprodução
Norte-americana Sister Rosetta Tharpe é conhecida como a “mãe do rock”Reprodução / Reprodução

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Sister Rosetta Tharpe (1915-1973), cantora, compositora e guitarrista negra ficou famosa em uma emissora de rádio gospel na década de 1940. Reconhecida como “mãe do rock”, ela influenciou ídolos como Elvis Presley (1935-1977) e Johnny Cash (1932-2003). Seu nome foi incluso no Hall da Fama do Rock apenas em 2018, mais de quatro décadas após sua morte.

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Outras mulheres tiveram papel importante na história do rock, gênero que floresceu nos Estados Unidos absorvendo influências do gospel, do R&B e do country. Leah Branstetter, PhD em musicologia e gerente de educação musical no Hall da Fama do Rock, reuniu roqueiras da época da brilhantina, nos anos 1950 e 1960, no site Women in Rock and Roll’s First Wave (somente em inglês).

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O projeto conta com 47 biografias de pioneiras no estilo e um playlist de 36 músicas, disponível na plataforma Spotify (acesse em bit.ly/roqueiras)

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Entre as biografadas, está Ruth Brown (1928-2006). Cantora e compositora contratada pela Atlantic Records em 1949, ela não conseguiu ganhar dinheiro com a música e teve de trabalhar como motorista de ônibus. Outra personagem apresentada é Faye Adams, hoje com 96 anos. Descoberta por Ruth, gravou originalmente o sucesso de Joe Morris, Shake a Hand(1953).

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No Brasil

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Munhoz / Agencia RBS
Rita Lee foi coroada a rainha do rock brasileiro com sua bem-sucedida carreira soloMunhoz / Agencia RBS

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O pontapé inicial do gênero no país foi dado por Nora Ney (1922-2003). Nascida no Rio de Janeiro, a cantora gravou em 1955 Rock Around the Clock, música tema do filme Sementes da Violência (1955), consagrada na voz do americano Bill Haley (1925-1981). No mesmo ano, a canção ganhou a versão em português, Ronda das Horas, de Heleninha Silveira. O gênero só se tornaria popular no país na década de 1960, com a Jovem Guarda e cantoras como Wanderléa.

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Revelada no fim dos anos 1960 com Os Mutantes, ao lado dos irmãos Arnaldo Baptista e Sérgio Dias, Rita Lee foi coroada a rainha do rock brasileiro com sua bem-sucedida carreira solo, consolidada nos anos 1970 com os discos que gravou com a banda Tutti Frutti, como o clássico Fruto Proibido (1975).

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Há um histórico de mulheres no rock, no punk e no hardcore brasileiros

GABRIELA GELAIN

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Na década de 1980, Rita, emplacando uma coleção de hits, tornou-se uma das artistas mais populares do Brasil.

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Subdivisão do rock que tomou de assalto o mundo em meados dos anos 1970, o punk também fez barulho no Brasil, na década seguinte, destacando grupos como As Mercenárias, de São Paulo, e se desdobrou na versão local do movimento mundial conhecido como Riot Grrrl, com a pegada feminista de bandas como a paulista Dominatrix, tema do documentário Faça Você Mesma, de Leticia Marques.

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– Há um histórico de mulheres no rock, no punk e no hardcore brasileiros. A gente viveu a terceira onda do feminismo nos anos 1990 com o Riot Grrrl, o que trouxe um debate para se pensar as mulheres dentro do punk e do rock – esclarece a doutoranda em Comunicação pela ESPM-São Paulo Gabriela Gelain que estudou o movimento Riot Grrrl em seu mestrado.

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Procure ouvir também

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Suzy Quatro

Cantora e baixista de sucesso nos anos 1970. Ouça: Suzi Quatro (1973).

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The Runaways 

 Primeira banda de rock dos EUA só de mulheres. Ouça: The Runaways (1976).

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Siouxsie Sioux

 Revelada na banda Siouxsie and the Banshees. Ouça: Mantaray (2007).

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Heart

 Banda das irmãs Ann e Nancy Wilson. Ouça: Dreamboat Annie (1975).

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Girlschool

 Grupo feminino de metal dos anos 1980. Ouça: Demolition (1980).

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L7 

Grupo que despontou nos anos 1980. Ouça: Bricks Are Heavy (1992).

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Shirley Manson

 Despontou com o Garbage. Ouça: Garbage (1995).

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Patti Smith

 Pioneira do movimento punk. Ouça: Horses (1975)

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Hole 

 Banda grunge liderada por Courtney Love. Ouça: Live Through This (1994).

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As Aventuras

 Banda instrumental gaúcha de surf music. Siga: facebook.com/bandaasaventuras.

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The Murder Ballads Club

 Banda gaúcha dark folk. Ouça: Murder Ballads (2017)

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Lautmusik

 Banda gaúcha pós-punk e shoegaze, com a vocalista Alessandra Lehmen. Ouça: Lost In The Tropics (2012)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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