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Veja publicação original: Dia Internacional da Não-violência contra a Mulher
O dia 25/11 é uma data importante de reflexão. É o Dia Internacional da Não-violência contra a Mulher. Por que essa data? As irmãs Pátria, Minerva e Maria Teresa, conhecidas como “Las Mariposas”, foram brutalmente assassinadas pelo ditador Rafael Leônidas Trujillo, da República Dominicana. As três combatiam fortemente aquela ditadura e pagaram com a própria vida.
Na Assembleia Legislativa de São Paulo (Alesp), o deputado estadual Raul Marcelo (PSOL) vem trabalhando para coibir essas agressões e atitudes machistas contras as mulheres. No que diz respeito a projetos de lei, o parlamentar apresentou o Programa Estadual de Segurança Pública da Mulher, que cria a Patrulha Maria da Penha no território paulista.
Outra propositura é o combate através da fiscalização e coibição das reincidências ” e que foi, inacreditavelmente, vetado pelo governador Alckmin. Também propôs uma lei que exige que as Delegacias da Mulher sejam dirigidas por delegadas do sexo feminino, e que funcionem de forma ininterrupta, durante as 24 horas do dia, sete dias por semana, inclusive feriados.
Recentemente, o mandato apresentou o projeto de lei que cria o Programa de Atendimento à Gestante no Estado de São Paulo. Para Raul Marcelo, os direitos das gestantes, como o atendimento adequado na área de saúde e ao parto de qualidade, são garantias exigíveis que geram obrigações concretas e específicas aos agentes do Sistema Único de Saúde (SUS), incluindo os da própria rede ou conveniados.
Dados alarmantes
Quatro em cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento disseram sofrer o mesmo tipo de violência na vida adulta, ou seja, há uma repetição de padrão em seu próprio lar. A chamada transmissão intergeracional de violência doméstica (TIVD) é definida como um mecanismo de perpetuação do problema, que, segundo os estudos, sugere maior incidência em lares onde a mulher, seu parceiro ou ambos estiveram expostos à agressão na infância.
O relatório da Pesquisa de Condições Socioeconômicas e Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher (PCSVDF) foi divulgado, em Brasília, na última quinta-feira (23), pela ONU Mulheres, entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e Empoderamento das Mulheres A pesquisa foi realizada pela Universidade Federal do Ceará, em parceria com o Instituto Maria da Penha e o Institute for Advanced Study in Toulouse. Um dos apontamentos mais alarmantes dessa terceira etapa é sobre a transmissão da violência entre gerações.
O mesmo percentual (4 em cada 10 mulheres) também surge em relação ao impacto no comportamento masculino, revelando que parceiros que cresceram em um lar violento também cometeram agressões contra suas parceiras.
Quatro em cada 10 mulheres que cresceram em um lar violento disseram sofrer o mesmo tipo de violência na vida adulta (Foto: Marcello Casal/ABr)Segundo a pesquisa, 1 em cada 5 mulheres teve contato com algum tipo de violência doméstica na infância ou na adolescência; 23% afirmaram ter lembranças da mãe sendo agredida e 13% sabem que a mãe do parceiro também sofreu algum tipo de agressão.
O estudo sugere que crianças expostas à violência doméstica têm maior probabilidade de sofrer agressões em relações afetivas ao longo de suas vidas adultas.