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Aos 22 anos, a torcedora presidiu a Torcida Organizada do Vasco em 1956
por Pedro Ramos
Desde a década de 1970, em todo 8 de março é comemorado o Dia Internacional da Mulher. No Vasco, uma torcedora dedicou toda a sua vida ao clube da Colina e fez história nas arquibancadas.
A vascaína Dulce Rosalina inovou ao implantar na torcida o uso de papel picado e concursos de bateria. Em 1956, ela foi a primeira mulher líder de uma torcida no Brasil, aos 22 anos, quando presidiu a Torcida Organizada do Vasco. Ela permaneceu no cargo até 1976, deixando o comando por divergências políticas e, em seguida, fundou a Renovascão, outra torcida organizada.
Dulce conhecia muito bem o elenco cruz-maltino e era amiga de jogadores como Vavá e Bellini, que compareciam a festas de aniversário em sua casa. Em uma partida no Maracanã, foi barrada junto de seu filho logo na entrada por levar papel picado para dentro do estádio. Na confusão, chamou o policial de flamenguista e acabou sendo presa. Os jogadores do Vasco foram informados do ocorrido e se recusaram a entrar em campo até que Dulce fosse solta. Pouco tempo depois, ela foi liberada e já estava na arquibancada apoiando o clube.
No início da década de 1960, venceu o concurso de melhor torcedor do Brasil, realizado pela prestigiada Revista do Esporte, e doou o prêmio ao Cruz-Maltino. A entrega ao Vasco ultrapassava barreiras. Em 1968, viajou com uma caravana de torcedores até São Paulo, mas o ônibus em que estava sofreu um grave acidente. Ninguém morreu no episódio, mas Dulce Rosalina ficou afastada das arquibancadas devido a uma fratura na clavícula e no braço, além do afundamento do crânio. Poncinho, seu filho, contou, ao site oficial do Vasco, o relato da mãe logo após o acidente.
“Quando se recuperou, a primeira coisa que ela fez foi querer ir para o Maracanã”.
Dulce Rosalina faleceu no dia 19 de janeiro de 2004, e a prefeitura do Rio de Janeiro decidiu homenageá-la ao dar seu nome a uma rua próxima ao Estádio de São Januário. Ela foi um exemplo de pioneirismo na luta das mulheres por espaço e voz dentro do futebol.
PUBLICAÇÃO ORIGINAL: Dia Internacional da Mulher: a história de Dulce Rosalina, primeira mulher líder de uma torcida