Saiu no site RFI
Veja publicação no site original: Dia de Tolerância Zero às Mutilações Genitais Femininas
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Assinalou-se esta quinta-feira o Dia Internacional de Tolerância Zero para as Mutilações Genitais Femininas, uma jornada instituída pelas Nações Unidas para alertar e sensibilizar a opinião pública sobre um fenómeno acerca do qual estima que já afectou 200 milhões de meninas e mulheres em todo o mundo.
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Por Liliana Henriques
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Segundo a Unicef, só este ano, mais de 4 milhões de meninas correm o risco de ser submetidas a esta prática presente sob diversas formas a nível internacional, com especial incidência em 27 países, alguns dos quais no continente africano.
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A Organização Mundial da Saúde recenseou quatro tipos de mutilação genital feminina. O tipo 1 diz respeito à remoção total ao parcial do clitóris, o tipo 2 à remoção do clitóris e dos pequenos lábios, o tipo 3 consiste em fechar a abertura vaginal e o tipo 4 refere-se às restantes práticas, desde perfuração ou queimaduras na zona genital.
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Em entrevista à RFI, Teresinha da Silva, coordenadora em Moçambique da WLSA, Rede de Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos, Mulher e Lei na África Austral, dá conta da situação do seu país e evoca o alongamento vaginal, uma prática presente no norte de Moçambique.
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Ao recordar as consequências das MGF tanto a nível da saúde física e mental das mulheres e meninas, designadamente infecções, hemorragias, dores quando urinam ou durante as menstruações e relações sexuais, bem como traumas psicológicos, a Organização Mundial de Saúde sublinha ainda que a mutilação genital feminina é reconhecida internacionalmente como uma violação dos Direitos Humanos. A sua erradicação, aliás, foi inserida em 2015 nas metas da Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável.
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Na jornada deste ano, ao tecer um alerta especial sobre os custos induzidos pelo tratamento das consequências das MGF, com base nos dados dos 27 países onde têm mais incidência, a OMS estima que custam um total de 1,2 milhões de Dólares por ano a nível mundial, sendo que isto chega a representar 30% das despesas de saúde em certos países.
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