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Desaprendendo a ser mulher

Saiu no site REVISTA MARIE CLAIRE

 

Veja publicação original:  Desaprendendo a ser mulher

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Você já aprendeu a ser uma?

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Por Luiza Voll

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Tenho desaprendido muito, cada dia mais, sobre o que é ser mulher. Meu grande objetivo é saber cada vez menos.

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Afinal, o que é uma mulher? O que é dizer o que é uma mulher? “Não se nasce mulher, torna-se mulher” disse Simone de Beauvoir. É a proximidade com a cultura que nos torna o que somos. Sinto a cultura a minha volta mudar com grande velocidade. E como fico eu?

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Me libertando pouco a pouco do que achava que sabia.

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Tenho desaprendido:

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Que o espaço designado à mulher é o privado.
Que à mulher cabe a graça e a passividade.
Que uma mulher precisa ser mãe.
Que está por trás de grandes homens.
Que precisa se relacionar com eles (ou com qualquer pessoa que seja).
Que a mulher solteira é uma ameaça ou que a casada é entediante.
Que somos inimigas umas das outras.
Que somos loucas.
Que não podemos ocupar cargos de poder.
Que privilégios são méritos.
Que a beleza tem forma.
Que é necessário se depilar.
Que é necessário se maquiar.
Que é preciso ser feminina.
Que é preciso ser qualquer coisa.
(a lista continua…)

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Quanto mais desaprendo, mais me reconheço em outras mulheres com vivências tão diferentes das minhas. E é assim que as lutas de cada uma delas se torna invariavelmente também a minha.

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“Não sou livre enquanto outra mulher for prisioneira, mesmo que as correntes dela sejam diferentes das minhas.”
Audre Lorde

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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