A baiana Denice Santiago, 46 anos, é finalista da categoria políticas públicas na 22ª edição do Prêmio Claudia, que será entregue nesta segunda (2), em São Paulo. Denice é major da Polícia Militar e comandante da Ronda Maria da Penha, batalhão especial que acompanha e protege vítimas de violência doméstica encaminhadas pelo Tribunal de Justiça.

A Ronda Maria da Penha foi criada em março de 2015 e tem inspiração na Patrulha Maria da Penha, adotada pela polícia do Rio Grande do Sul. A Ronda acompanha mulheres vítimas de violência doméstica e afasta delas os potenciais agressores. Policiais realizam regularmente visitas para proteger as mulheres de homens que foram denunciados por elas.

“Costumo dizer que essas mulheres que denunciam os homens são mulheres de coragem, que vão à delegacia e prestam a queixa. Hoje, acompanhamos mais de 600 mulheres em Salvador e mais de 1,3 mil na Bahia. Já prendemos 77 homens agressores de mulheres e certamente já evitamos 77 feminicídios”, diz Denice, que é graduada em psicologia e tem mestrado em desenvolvimento territorial e gestão social pela Ufba. Em Salvador, 29 policiais servem à Ronda Maria da Penha.

Denice destaca a presença da mulher na PM baiana e afirma que cerca de 10% a 15% dos policiais baianos são mulheres. “Como feminista, no entanto, gostaria que esse número fosse maior. Mas, proporcionalmente, a PM baiana tem o maior número de mulheres no país, quando se compara aos demais estados. Há também quatro mulheres nos comandos de unidades, o que é um avanço e mostra um jeito feminino de comandar”, afirma a major.

O Prêmio Claudia

O Prêmio Claudia, organizado pela Editora Abril e patrocinado pela Natura, escolhe mulheres brasileiras de destaque nas seguintes categorias: trabalho social; ciências; cultura; negócios e revelação. A categoria “eles por elas” premia um homem que tenha realizado um trabalho relevante pelas mulheres. A votação final foi realizada na internet e qualquer pessoa podia votar.

Denice concorre com Merula Anargyrou Steagall e Priscila Cruz. Merula defende o direito de pessoas com linfoma, leucemia e talassemia, uma anemia rara, a tratamentos e medicamentos. Priscila é presidente e uma das fundadoras da ONG Todos pela Educação, que luta por leis e boas práticas no ensino nacional.

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