Saiu no site REVISTA COSMOPOLITAN:
Veja publicação original: Daisy Ridley fala sobre como a Rey se tornou referência feminista
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Por Mariane Morisawar, de Los Angeles
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A atriz de 25 anos é destaque dos novos filmes da saga Star Wars
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Daisy Ridley era uma desconhecida quando, em 2015, se tornou a Rey da nova saga Star Wars. Três anos depois, virou referência de personagem feminina em filme de ação. A atriz de 25 anos sabe da sua contribuição para as lutas feministas, mas lamenta que isso ainda seja assunto.
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Como a experiência de estar em Star Wars transformou você?
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Quando ando na rua, algumas pessoas me reconhecem, me dizem que gostaram de mim em tal filme — ou que não. Um motorista do Uber disse na minha cara outro dia que não tinha curtido! No início da corrida. Tive de ficar meia hora me corroendo dentro do carro. Foi incômodo. Estava com pressa, e ele ainda pediu uma foto. Eu não queria tirar uma foto com ele, que não tinha gostado do meu filme! [risos] Saí correndo.
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Mas sua vida mudou totalmente?
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Não. Faço mais filmes, o que é ótimo. Pessoas querem trabalhar comigo, o que é incrível. Mas ainda moro em Londres e tenho os mesmos amigos e familiares.
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Como a vida de Rey muda em Os Últimos Jedi?
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Esse longa começa onde o outro termina, mas a recepção de Luke é inesperada. Agora, tudo o que ela faz está fora do seu controle. A ilha representa um lugar de crescimento. É a primeira vez em que ela pode parar e pensar.
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Rey foi um passo importante no empoderamento feminino. Acha que estamos vivendouma nova era?
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Infelizmente, não. Claro que o filme é importante. Mas dois anos depois ainda estamos falando de empoderamento. Enquanto tivermos de falar de diversidade e igualdade, ainda há progresso a ser feito. Mesmo no caso de Mulher-Maravilha, com uma estrela e uma diretora do sexo feminino. Se existisse igualdade, seria apenas uma grande estrela, uma grande diretora e um filme que fez muito dinheiro, em vez de “estrela do sexo feminino”, “diretora mulher”. Mas tenho consciência da importância da Rey em causar transformação. Nunca tinha pensado que era tão importante, mas principalmente por causa da reação de alguns pais eu percebi que é.
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Como é essa reação?
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Muitas vezes eles me dizem: “Que bom, minha filha pode usar uma fantasia que não é sexualizada”. Rey está tentando ser uma boa amiga e encontrar seu caminho. Ela tem poderes, mas essa não é a questão mais importante. BB-8 é seu primeiro amigo, ela se sente diferente porque nunca teve amizades antes. Acho isso mais relevante de que o fato de ela poder ser Jedi.
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Demorou um pouco para bonecos de Rey aparecerem — só depois de muita gente reclamar é que começaram a chegar às lojas. Acha que esse filme vai corrigir o erro?
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A primeira pessoa que me chamou a atenção para isso foi o John [Boyega, o Finn da saga]. Nunca passou pela minha cabeça que seria assim, não sabia do problema com brinquedos de outros filmes. Fomos a um evento e alguém me trouxe o boneco do Finn para assinar. E eu: “Ué, cadê a Rey?” Quando perguntei, me disseram que tinham vendido todas as unidades. Mas, se isso era verdade, porque tinham muito menos bonecos da Rey do que do Finn para autografar? Foi aí que percebi. Antes desse novo filme, tive uma reunião em que me mostraramtodos os brinquedos e videogames que estão lançando de Star Wars. É apenas uma suposição pensar que só meninos vão brincar com bonecos, e, ainda por cima, somente com os personagens masculinos do filme. Não acho que foi um ato de maldade, as pessoas simplesmente agem assim porque nunca viram nada diferente. Acredito que o problema foi corrigido, e espero que não aconteça mais no futuro.
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