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Cram realizou mais de 450 atendimentos à mulher em 2017

Saiu no site DIÁRIO DE PETRÓPOLIS:

 

Veja publicação original:    Cram realizou mais de 450 atendimentos à mulher em 2017

 

Acompanhamento às vítimas é principal objetivo do órgão

 

 

O Centro de Referência de Atendimento à Mulher (Cram) fecha o ano com 454 atendimentos realizados, sendo 252 atendimentos iniciais e 202 casos de retorno onde as mulheres já estão recebendo assistência. O órgão promove o acolhimento, atendimento e orientação às mulheres em situação de violência – seja ela moral, verbal, patrimonial, física ou sexual –, além de fornecer orientação jurídica e acompanhamento social e psicológico. O Cram também acompanha de perto os casos de violência registados na cidade, em parceira com as delegacias.

 

 

Dados da DataSenado em parceria com o Observatório da Mulher Contra a Violência mostram o aumento no percentual de mulheres que declararam ter sofrido algum tipo de violência doméstica. De acordo com o levantamento, que é feito a cada dois anos, o índice passou de 18% em 2015 para 29% neste ano. Entretanto, os dados não apontam necessariamente o aumento nos casos de violência, mas sim o aumento da iniciativa das vítimas ao denunciar abusos sofridos.

 

 

“Infelizmente, nossa cultura impõe sobre a mulher um sentimento de ‘culpa’ ao sofrer algum tipo de violência, principalmente doméstica. Era a roupa dela, o que ela falou… Nosso dever é botar um ponto final nisso. A culpa é de quem está agredindo, então a mulher não pode ter vergonha ou achar que merece passar por este tipo de situação. Nosso dever é desmistificar este assunto, ainda tão polêmico, e o aumento de mulheres denunciando a violência sofrida é um sinal de que devemos continuar nesta luta”, destaca Cléo de Marco, coordenadora do órgão municipal.

 

 

Foi criado neste ano o projeto Mulheres Valentes, elaborado para que as mulheres assistidas pelo Centro de Referência encontrem a chance de recuperar a independência pessoal e financeira. O projeto oferece capacitação em diferentes áreas de atuação, com foco no artesanato.

 

 

“Queremos sempre saber o que está por trás de cada caso, o que causou a agressão e o que pode ser feito para tirar a vítima de qualquer risco. Além disso, precisamos saber qual a situação da mulher: se possui emprego, filhos, família, se tem algum lugar para ir, entre outras questões. A partir disso, podemos solucionar o caso da melhor forma possível, sem oferecer riscos às vítimas. Por isso, o projeto Mulheres Valentes é essencial na retirada da mulher deste tipo de situação”, destacou Liane Diehl, psicóloga do Cram.

 

 

 

Campanhas de conscientização são essenciais para quebrar tabus

 

Em 2017, foram realizadas diversas campanhas abordando a violência à mulher e o assédio sexual, como a Meu Corpo Não É Público, em parceria com a CPTrans e Setranspetro, a 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contras as Mulheres, campanha de abrangência mundial que aconteceu até a segunda semana de dezembro, a Semana da Mulher, realizada em março, entre outras. Além disso, foi reintegrado neste ano o Ônibus Lilás, espécie de posto volante do Cram, que possui a finalidade de realizar atividades de orientação sobre os direitos e o combate à violência contra as mulheres.

 

 

A campanha Meu Corpo Não É Público, organizada pela CPTrans e Setranspetro com apoio do Cram, possui a intenção de estimular que as mulheres denunciem os casos de violência sexual sofridos dentro dos coletivos da cidade. A campanha busca informar três públicos distintos: as vítimas, o abusador e as testemunhas.

 

 

Criada em 1991 pelo Centro de Liderança Global de Mulheres, a campanha 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência Contras as Mulheres tem como objetivo promover o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres. Cento e cinquenta países já abraçaram a causa, que chegou ao Brasil em 2003. No país, o início da campanha foi antecipado para o dia 20.11 (mundialmente, a campanha é iniciada no dia 25 do mesmo mês), dia nacional da Consciência Negra, como reconhecimento da opressão sofrida pelas mulheres negras, principais vítimas da violência de gênero no Brasil.

 

 

Em Petrópolis, a campanha contou com palestras explicativas sobre o órgão e seu trabalho para servidores públicos, e com ação de divulgação da presença do Ônibus Lilás nos distritos, que terá data definida para sua atuação.

Reintegrado neste ano, o Ônibus Lilás é uma espécie de posto volante do Cram, utilizado para auxiliar no atendimento à mulher. O objetivo é levar uma equipe multidisciplinar a localidades distantes do centro urbano. No ônibus, são oferecidos gratuitamente serviços como assistência social, jurídica e psicológica, além da distribuição de material de orientação sobre serviços de defesa e proteção e realizar encaminhamento à mulheres precisando de acolhimento por parte do órgão. Petrópolis é a única cidade do interior do estado a contar com o equipamento, que conta com duas salas de atendimento, banheiro, cozinha e um toldo que pode abrigar até 24 cadeiras para criar uma espécie de sala de espera no local onde o atendimento for realizado.

 

 

“Precisamos tocar nesse assunto, precisamos mostrar que a violência à mulher é uma realidade muito presente em nossa sociedade. Se continuarmos varrendo a poeira para debaixo do tapete, nunca solucionaremos este problema. Nosso trabalho no Cram é exatamente este, além, claro, de assistir à todas as mulheres que precisarem de nossa ajuda”, comenta a assistente social do órgão,  Olívia David.

 

 

Para denunciar ou solicitar informações, pode-se ligar para o telefone 2243-6152 ou comparecer à sede do Cram, localizada na Rua Santos Dumont, número 100, no Centro. O funcionamento é de segunda a sexta, de 8h às 17h.

 

 

 

 

 

 

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