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Conheça o rock feminista da banda Lisbeth, que quebra padrões e é formada só por mulheres

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Camisas pretas, atitude grosseira e rodas punk. Se você acha que o rock e o universo feminino não tem nada a ver, a banda de “rock salto-alto” Lisbeth pode te mostrar que você não entende muito de rock. Misturando problemáticas femininas com letras por vezes irreverentes, por outras irônicas e sérias, a banda acredita que o rock serve para quebrar padrões, inclusive do próprio rock. E haja padrões para serem quebrados. Num meio que subestima a mulher, Lisbeth está procurando seu espaço enquanto trabalha no seu primeiro álbum. O grupo se apresenta ao lado da banda Bilic neste domingo (8) no palco do Pelourinho Doce (leia aqui).

 

Levando aos palcos as influências do pop rock, grunge e indie de bandas como The Runaways, The Cranberries e The Pretty Reckless, além de composições autorais que mesclam o cotidiano feminino a fortes críticas ao machismo, a Lisbeth é formada apenas por mulheres, que resolveram pegar seus instrumentos e garantir seu espaço em um universo dominado por homens e permeado por preconceitos. A banda é formada por Ângela Maranhão (vocal), Manoela Ferreira (guitarra-solo), Fernanda Sacramento (guitarra- base), Mariana Celes (baixo) e Daniela Guiguido (bateria).

 

 

O descrédito de algumas figuras ligadas à banda é o principal preconceito vivido pelas integrantes. Alguns acham que estar à frente de uma guitarra ou uma bateria não é o lugar mais natural para uma mulher. “Os familiares perguntam se tocamos mesmo ou só tiramos fotos com guitarras”, conta Manoela. No estúdio, algumas atitudes que não são explicitamente preconceituosas, mas que muitas vezes soam como se as garotas não estivessem aptas para tocar aquele instrumento. “Tem sempre aquele ‘posso te ajudar com isso?’”, declara Ângela. “É uma ajuda que parece benéfica, mas que carrega por trás uma ideia de que não temos capacidade de fazer aquilo”, explica a vocalista. Contra esses preconceitos, a banda respira fundo e responde com educação… e musicalmente.

 

Com um eu-lírico feminino forte, as letras de Lisbeth surgem a partir de experiências diárias. A música “Dona da Rua”, por exemplo, faz referência às cantadas que as mulheres recebem diariamente ao andar nas ruas da cidade. “É um tema sério a gente não poder usar a roupa que a gente quer só pra não receber uma cantada”, declara Ângela. “A letra fala ‘hoje eu vou usar bermudão já que a culpa é minha sobre sua língua suja’, usamos muito essas ironias no sentido de perturbar mesmo, é uma situação que toda mulher já passou”, esclarece a vocalista.

 

Foto: Divulgação

 

Lisbeth não tem vergonha de se assumir feminista. “A gente não pode negar esse título porque ele é relevante para este momento histórico”, diz Ângela. “Sobretudo para desmistificar a ideia de que feministas são pessoas zangadas que querem que mulheres dominem homens”, completa. Para elas, o rock tem o papel histórico de quebrar com irreverência preconceitos da sociedade e funciona como uma ferramenta para o grupo. “Queremos usar o rock para dar voz para outros movimentos sociais em outros contextos”, finaliza Fernanda. A banda atuou por todo o ano de 2014, mas deu uma pausa, voltando ao cenário musical no início de 2017. Com quase dois anos de atividade, o grupo já tem uma produção em estúdio e músicas disponibilizadas no Youtube. Para domingo, elas prometem um repertório que mescla o nacional, o internacional, covers e autorais. “A gente vai tocar um pouco de Rita Lee, The Runways, The Cranberries, The Subways, e também as cinco autorais que a gente tem”, promete Manoela.

 

 

 

 

 

 

 

 

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