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Veja publicação original: Conheça a parlamentar lésbica alemã que é contra o casamento gay
Alice Weidel é líder do partido de extrema-direita AfD, que ganhou 13% dos votos nas últimas eleições alemãs
Com 87 cadeiras garanidas nas eleições na semana passada, pela primeira vez desde o final de Segunda Guerra Mundial, em 1945, um partido de extrema-direita terá representatividade no parlamento alemão. Anti-euro, anti-imigrantes e contra o casamento gay, o AfD (Alternative für Deutschland, “alternativa para Alemanha” em português) tem em seu seio um contrasenso. Seu nome é Alice Weidel, lésbica e economista com passagem por grandes bancos e fundos de investimento privados e hoje líder do partido.
Nascida e educada no oeste da Alemanha, Alice tem doutorado em economia e fez parte da sua carreira na China, morando em Pequim por seis anos e trabalhando para o Bank of China. Depois de seu tempo na Ásia, a economista continuou no mercado financeiro e passou pelo banco Goldman Sachs em Frankfurt. Em 2013, logo após a fundação do AfD, ela se filiou ao partido de extrema-direita conservador e se lançou na política.
Morando na Suíça, Alice é abertamente gay e vive em união estável com uma suíça de origem singalesa e o casal tem duas crianças. Em entrevista ao jornal alemão Bidel, Alice afirmou ter uma “família moderna”. No entanto, quando a Alemanha liberou o casamento para todos em junho deste ano, seu partido divulgou nota dizendo: “Dizemos adeus à família alemã”, dizendo ainda que o núcelo familiar é composto por pai, mãe e filhos. “Ser em favor da família tradicional não quer dizer que você rejeita outros estilos de vida”, afirmou Weidel em entrevista ao Financial Times. Ela ainda insiste que o AfD não é homofóbico. “O fato de eu ter sido eleita candidata para o partido mostra o quão tolerante ele é”, continuou na mesma entrevista.
Anti-imigração
As controvérsias, no entando, não param por aí. Segundo o Financial Times, num email onde Alice fazia um discurso enquanto líder do AfD, um dos velhos amigos de Weidel falava com outro colega do mercado financeiro escrevendo : “O que aconteceu com Alice?”. O ex-colega contou ainda que apesar de sempre ter sido contra o euro, Alice nunca foi nacionalista e se tinha tais visões enquanto trabalhava no banco, “ela com certeza as mantinha para si”.
Antes das eleições, Weidel se viu envolvida em outra polêmica. O jornal alemão Die Zeit vazou um e-mail de 2013, no qual Alice teria escrito sobre o governo da chanceler Angela Merkel e sua política a favor dos refugiados. “Esses porcos têm a tarefa de manter a população alemã pequena, fazendo com que guerras civis moleculares nos centros de aglomeração sejam induzidas pela infilração estrangeira”.
Mais ou menos na mesma época, o mesmo jornal também reportou que Alice empregava ilegalmente uma refugiada síria como faxineira, em sua casa na Suíça. Segundo o Die Zeit, a mulher recebia um salário de 25 francos suíços por hora, sem contrato. Weidel se defendeu nas redes sociais dizendo que se tratava de uma estudante síria e não de uma refugiada. Além disso, ela acrescentou que qualquer emprego que pague menos de 750 francos por mês não precisava ser declarado, segundo a legislação trabalhista do país.
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